Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sexta-feira, 9 de abril de 2010

RIO DE JANEIRO/GUERRA DO BICHO - Família disputa negócios de Castor de Andrade há 13 anos #rio #guerradobicho


João Antonio Barros

Desde a morte de Castor de Andrade, de infarto, em março de 1997, a família Andrade vive numa batalha sem fim e com incontável número de mortos pelo espólio do antigo chefe da contravenção. A partilha dos negócios do jogo e das máquinas de caça-níqueis contemplava o filho Paulo Roberto Gonçalves de Andrade, o Paulinho, e o genro Fernando Iggnácio de Miranda. Os sobrinhos Rogério, Renato e Rivaldo, filhos do irmão João Carlos Andrade, mantinham seu quinhão de 30% no império.
A divisão durou pouco mais de um ano. Em outubro de 1998, Paulinho foi assassinado na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca. Rogério Andrade assumiu o poder sobre todas as bancas de Castor de Andrade e iniciou a briga com Fernando Iggnácio pelo lucrativo negócio de caça-níqueis. Foram dezenas de assassinatos praticados durante os últimos 10 anos e que deixaram um rastro de sangue pelas ruas da Zona Oeste do Rio.
A disputa entre Rogério e Fernando envolveu pelo menos 80 policiais civis e militares e chegou a agentes com acesso à cúpula da Polícia Civil, conforme apuraram policiais federais na Operação Gladiador, que levou à condenação os dois contraventores e 11 policiais, em janeiro de 2009, pelos crimes de formação de quadrilha, contrabando e contravenção. Entre os agentes, três eram ligados a Álvaro Lins, ex-chefe da Polícia Civil e ex-deputado estadual.
A condenação não foi a única na carreira de Rogério Andrade. Em 2002, ele recebeu pena de 19 anos e 10 meses de reclusão pelo assassinato do primo Paulinho. Mas os advogados conseguiram anular o júri no Superior Tribunal de Justiça (STJ), e o bicheiro aguarda a data do novo julgamento. Ele ficou preso entre setembro de 2007 e junho do ano passado, e dividiu a mesma ala com o rival Fernando Iggnácio no Presídio Bangu 1 e na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).
No período em que passaram na cadeia em Bangu, os bicheiros deram uma trégua na briga para convencer o Superior Tribunal de Justiça a conceder o habeas corpus à dupla. Fora da carceragem, no segundo semestre do ano passado, Rogério e Fernando voltaram à velha rivalidade.
O Dia

 


 

Nenhum comentário: