Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

sábado, 3 de abril de 2010

RIO DE JANEIRO/GOVERJ/SEGURANÇA PÚBLICA - Traficantes utilizam empresas para lavagem de dinheiro no RJ

A investigação da Polinter sobre a quadrilha da Rocinha, que resultou na decretação da prisão de 19 bandidos após denúncia do Ministério Público (MP), descobriu que os criminosos utilizam duas empresas para legalizar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Denunciado pelo MP e foragido da Justiça, o dono das firmas é Vanderlan Barros de Oliveira, o Feijão, apontado como 'tesoureiro' do bando chefiado por Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem.
Uma das empresas, a WC Comércio de Gelo Ltda, adquiriu em julho uma máquina de gelo avaliada em R$ 100 mil, investimento considerado alto para os padrões de uma comunidade carente. Suspeitando da transação, a polícia apreendeu o equipamento no caminho entre Minas Gerais e Rio. A nota fiscal da peça, no entanto, indicava um valor inferior: R$ 80 mil.
Na Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro, o capital social da WC Comércio de Gelo é de R$ 300 mil. Além de Vanderlan, consta como sócio-administrador Victor Felipe Evangelista da Silva, o Cacau. Também funcionário de Feijão num lava-jato na Rocinha, Cacau tinha contra si um mandado de prisão expedido pela Justiça.
A polícia descobriu que Feijão também é dono da V. Barros de Oliveira Comércio e Acessórios para Veículos Ltda. Segundo denúncia da promotora Ana Lúcia Melo, da 25ª Promotoria de Investigação Penal, ele "usava contas correntes bancárias das empresas com a finalidade de quitar débitos da referida facção criminosa (Amigos dos Amigos), bem como pessoais do acusado Nem".
Entre as 'contas pessoais' descritas na denúncia do MP está a compra de parte do enxoval da filha recém-nascida do bandido com Danúbia de Souza Rangel. Às 14h17 do dia 8 de dezembro, a mulher que se considera 'xerifa' da Rocinha entrou numa loja do Shopping Via Parque, na Barra da Tijuca, e gastou R$ 5.893,80 comprando armário, berço, cômoda, bicama, mesa-baú e colchões para o quarto de Y., que nasceu há duas semanas. A entrega ficou marcada para 8 de fevereiro.
A empresa V. Barros de Oliveira, segundo a promotoria, "possui diversos depósitos com altas quantias em dinheiro, sendo cristalinamente incompatível com a atividade empresarial exercida pela mesma (peças de veículos) em localidade extremamente pobre".
Além de Vanderlan, outro bandido de apelido Feijão, seu irmão Fábio Barros de Oliveira, espécie de office boy de Nem, também teve a prisão decretada. Entre os 19 mandados de prisão expedidos pela Justiça, constam os nomes de outros 'laranjas' do esquema de lavagem de dinheiro: Cacau, Cristiano dos Santos Peçanha, o Papel, e Antônio Alessandro Alves da Silva, o Magrinho.
A polícia descobriu também que era por meio dessas empresas que Nem usava o dinheiro sujo do crime para tentar conquistar a simpatia da comunidade. Em 12 de outubro, Dia das Crianças, a empresa de Vanderlan pagou R$ 12.668 pelo aluguel de touros mecânicos, mesas de pingue-pongue, futsal, pula-pula, videogames, camas elásticas, entre outros. Já perto do Natal, no dia 21 de dezembro, foi feita a festa de Papai Noel. A quadrilha gastou R$ 21.192 alugando mais brinquedos.
O Dia


 


 

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