quinta-feira, 15 de abril de 2010

REFORMA AGRÁRIA - MST invade 35 fazendas, sem resistência


No Congresso, Stédile diz que eleição de Serra será ‘o pior dos mundos’; presidente da CNA pede ajuda à polícia

De Adauri Antunes Barbosa:

Sem enfrentar qualquer resistência da polícia, apesar dos apelos da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), até o fim da tarde de ontem o Movimento dos Sem Terra (MST) já havia invadido 35 fazendas em cinco estados, dentro do Abril Vermelho, como é conhecida a temporada de invasões organizada pelo movimento.
Só ontem foram quatro invasões, três em Pernambuco, estado com mais casos (19 ao todo) e uma em São Paulo.
A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da CNA, pediu ao ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, que a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal sejam usadas para ajudar a impedir as invasões e sugeriu ações da Força Nacional de Segurança para evitar que fazendeiros façam "bobagem" ao reagir às ocupações.
— São 13 anos de Abril Vermelho e 25 anos de MST. É tempo suficiente para criminalizar esse movimento, que já atingiu a maioridade faz tempo — criticou a senadora.
O movimentou também ocupou três escritórios regionais do Incra em São Paulo, no Paraná e em Mato Grosso.
Enquanto o MST fazia as invasões, o líder do movimento, João Pedro Stédile, participava de audiência na Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, onde criticou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e disse que a eleição de José Serra (PSDB) à Presidência "seria o pior dos mundos para o MST":
— É claro que nós percebemos que a candidatura Serra seria a retomada do neoliberalismo no Brasil, a retomada das privatizações, a retomada do que foi o governo Fernando Henrique. Então, um governo Serra, para nós, seria o pior dos mundos. Acredito que em nossas bases ninguém vai votar no Serra — disse, com a ressalva de que, até o momento, os sem-terra não discutiram em quem votar.

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