terça-feira, 27 de abril de 2010

MEIO-AMBIENTE - Eólica domina novo leilão de energia


   
AGNALDO BRITO
da Reportagem Local


A EPE (Empresa de Pesquisa Energética) acaba de anunciar a lista com o cadastramento de 478 empreendimentos para o próximo Leilão de Energia de Reserva, prometido para ocorrer até o final de junho. O leilão de reserva é um tipo de contratação de energia renovável, prevista no modelo brasileiro, que fica disponível para eventuais momentos críticos do sistema de geração hidrelétrica.
No total, o número de projetos ofertados representa 14.529 MW em nova potência instalada que deverão estar construídas e à disposição para geração a partir de 2011 até 2013. Por ano, o país precisa ampliar entre 3.000 e 4.000 MW de capacidade instalada.
O foco desse leilão é viabilizar a construção de novas centrais de energia eólicas, termelétricas movidas a biomassa (bagaço de cana, resíduo de madeira e até capim elefante) e pequenas centrais hidrelétricas. O cadastramento dos projetos ainda não significa que disputarão o leilão, mas demonstra que há no país um movimento do setor privado em estruturar empreendimentos de energia renováveis com vistas aos leilões do governo.
Dos 478 projetos cadastrados, 399 referem-se a parques de geração eólica, o que representa uma capacidade instalada de 10,5 mil MW --praticamente o tamanho total da Usina Hidrelétrica Belo Monte, projeto que acaba de ser leiloado e que será construído no Rio Xingu (PA). Além das eólicas, outros 61 projetos de térmicas com biomassa e outras 18 pequenas usinas hidrelétricas completam a carteira apresentada à EPE. Todos os projetos passarão por avaliação documental para recebimento da habilitação que dará direito a participação no leilão, ainda sem dada para ser realizado.
O avanço da oferta de energia eólica em leilões para contratação desse tipo de energia tem viabilizado custos mais interessantes do ponto de vista dos consumidores. Os últimos leilões de eólica, energia até agora considerada cara em relação às outras opções, revelam que o preço para o consumidor já estava em R$ 140 por megawatt-hora, o mesmo que usinas a biomassa. A expansão dessa oferta pode dar escala na produção de equipamentos necessários a esse tipo de geração e baratear o custo do MW instalado.

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