sexta-feira, 9 de abril de 2010

CASO PREVI-RIO - CPI governista vai apurar os desvios no Previ-Rio (Entenda)


deu em O Dia

Presidente da Câmara acolhe pedido de 24 vereadores da base do prefeito para averiguar aplicação irregular de R$ 70 milhões do fundo

POR MAHOMED SAIGG

Rio - As irregularidades detectadas na aplicação de R$ 70 milhões do Previ-Rio serão investigadas por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que será instalada na Câmara de Vereadores do Rio. A decisão foi tomada ontem pelo presidente da Casa, vereador Jorge Felippe (PMDB). Apesar de se dizer contra a medida, o parlamentar decidiu acatar o pedido assinado por 24 vereadores da bancada governista, encaminhado na quarta-feira à Mesa Diretora da Casa.
A CPI do Previ-Rio, aprovada após escândalo denunciado pela coluna ‘Informe do Dia’, deverá ser presidida pelo vereador Fausto Alves (PTB). A comissão investigará denúncias de aplicação irregular, cujo pivô é o ex-presidente do fundo, Marcelo Cordeiro.
Autor do pedido, Alves conseguiu recolher a assinatura de outros 23 parlamentares antes dos vereadores de oposição que também lutavam pela instalação da CPI. Desta forma, a comissão deverá ser formada por quatro vereadores da ala governista e apenas um da bancada de oposição.

Em entrevista a O DIA, o presidente Jorge Felippe disse que considera “satisfatórias” as medidas tomadas pelo prefeito Eduardo Paes diante da denúncia. “Como o prefeito já afastou os responsáveis por essa aplicação e encaminhou o caso para o Ministério Público Estadual, não vejo o que mais podemos fazer”, afirmou Felippe.
“Mas, como recebi um pedido assinado por 24 vereadores que defendem a criação da CPI, e sei que existe outro requerimento que conta com o apoio de mais 15 parlamentares, deixo de lado minha convicção pessoal para fazer valer a vontade da maioria dos vereadores”, justificou.
Procurado por O DIA durante a sessão de ontem, o vereador Fausto Alves só foi encontrado do lado de fora da Câmara. Questionado sobre o pedido de criação da comissão, Alves se negou a falar sobre o assunto. “Só vou dar entrevistas depois que estudar o processo. Não vou sair por aí falando qualquer coisa”, alegou o vereador, levantando suspeita de não estar bem informado sobre o caso.

ENTENDA O CASO
O escândalo da aplicação irregular de recursos do Previ-Rio foi descoberto pela Secretaria da Casa Civil no dia 24 de fevereiro. Ao todo, foram aplicados R$ 70 milhões do fundo de pensão dos servidores públicos municipais no Aster Fundo de Investimento Referenciado.

Do total, cerca de R$ 60 milhões foram usados na compra de um título da empresa Casual Dining. O grupo é dono de restaurantes no Brasil e no exterior. Entre eles, o empreendimento de luxo Garcia & Rodrigues, que venceu a licitação feita pela Secretaria Municipal de Fazenda para ocupar o espaço onde hoje fica a Churrascaria Porcão Rio’s, no Aterro do Flamengo. O processo foi suspenso pela Justiça.

Após a constatação da irregularidade, o procurador-geral do Município, Fernando dos Santos Dionísio, entrou na Justiça para tentar recuperar o investimento. Liminar favorável à prefeitura determinou o bloqueio do dinheiro.

Apontados como responsáveis pela aplicação, o ex-presidente do Previ-Rio, Marcelo Carvalho Cordeiro, e o diretor-financeiro do órgão, Luciano Otávio Barbosa Filho, foram exonerados pelo prefeito Eduardo Paes.

A Prefeitura informou que a negociação foi feita sem análise prévia do Conselho do Instituto de Previdência do Previ-Rio. Um relatório com as informações sobre a aplicação foi encaminhado ao Ministério Público Estadual. Além do Rio, outros dois municípios fluminenses aplicaram dinheiro no mesmo fundo: São João de Meriti e São Gonçalo.
 



 


 

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