segunda-feira, 15 de março de 2010

POLÍCIA FEDERAL/FOZ DO IGUAÇU/CASO GLAUCO - Assassino do cartunista Glauco confessou o crime, diz PF

Bom Dia Brasil, Donizeti Costa e Tatiana Farah, O Globo

SÃO PAULO - Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, apontado como assassino do cartunista Glauco e seu filho Raoni , confessou o crime, segundo o delegado da Polícia Federal José Alberto Iegas. Carlos Eduardo foi preso na noite deste domingo, em Foz do Iguaçu, ao tentar atravessar a Ponte da Amizade e fugir para o Paraguai. Ele ainda estava com a arma usada no crime, uma pistola 765.
Segundo Iegas, Carlos Eduardo estava em um carro roubado, um Fiesta preto, e foi perseguido por uma viatura da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, ao tentar cruzar a fronteira do Paraguai pela Ponte da Amizade. Ele atirou contra a viatura e contra um policial que estava na ponte. Perto da alfândega, conseguiu escapar e passou cerca de uma hora sumido. Novamente, tentou cruzar a fronteira e foi preso.
- Ele disse que desejava a qualquer custo sair do Brasil, mesmo que para isso tivesse de matar um policial - disse o delegado da Polícia Federal.
Carlos Eduardo foi indiciado por tentativa de homicídio do policial federal. Segundo o delegado da PF, o rapaz ficará à disposição da Justiça Federal em Foz do Iguaçu, que decidirá se ele será ou não transferido para São Paulo, onde deve responder pelo homicídio do cartunista e do filho dele. O delegado afirmou que, em depoimento, Carlos Eduardo confirmou em depoimento à PF que a arma que portava era a mesma usada no crime e disse ter passado três dias se preparando para fugir para o Paraguai.
O estudante Felipe de Oliveira Iasi, de 23 anos, motorista do carro que levou Carlos Eduardo à casa do cartunista, na noite de quinta-feira, se apresentou neste domingo na delegacia de Osasco , na Grande São Paulo. Iasi chegou à delegacia por volta de 16h35m, acompanhado de um advogado, Cássio Pauletti. Ele foi liberado após prestar depoimento ao delegado Archimedes Cassão Veras.
Iasi apresentou-se voluntariamente. Segundo contou o advogado Pauletti, o estudante estava em casa na noite do crime quando recebeu um telefonema de Cadu.
O estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes - Reprodução Orkut
Convidado a sair, teria ido ao encontro de Cadu que, ao entrar no carro, teria colocado uma arma em sua cabeça, obrigando-o a levá-lo até a casa de Glauco. Cadu foi recebido pela enteada do cartunista, Juliana, e teria feito com que ela chamasse a mãe, Beatriz Galvão.
- Felipe percebeu que Cadu estava falando coisas desconexas, dizendo ser Jesus Cristo - disse o advogado.
Iasi contou que saiu do carro, viu e ouviu parte da discussão. Disse que não foi embora porque Cadu tomou-lhe a chave. Depois, conseguiu recuperar a chave e saiu, deixando Cadu para trás. Ele só soube do duplo homicídio pela televisão, no dia seguinte, segundo o advogado.
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Gibizada: o adeus a Glauco
Não é o que disse, porém, a mulher de Glauco, Bia, em entrevista ao "Fantástico". Ela contou que, durante a discussão, pediu ajuda a Felipe Iasi, que assistia a tudo de olhos arregalados, e que ele nada fez. Disse também que, depois do crime, Cadu saiu no carro com o amigo.
Bia disse que Cadu estava muito nervoso, parecia drogado, e ordenava que o chamassem de "poderoso". Nervosa, ela disse que ele era Jesus Cristo - o que Glauco não fez.
- Ele estava com uma expressão transtornada, uma cara de drogado, totalmente fora de si. Quando o Glauco desceu, ele já chegou e já deu um soco na cara do Glauco, já derrubou ele. Aí, nesse momento ele pegou e tacou a coronhada do revólver na minha cabeça e me xingou, me jogou pro lado.
Bia contou que, anteontem, Cadu ligou para seu celular. Muito nervosa, ela perguntou como ele tinha coragem de telefonar depois do que fizera, e o rapaz desligou.
Pelos depoimentos das testemunhas, o assassino teria premeditado o crime. Segundo o depoimento de Wagner Pinheiro, concunhado de Glauco, depois de render Juliana, Cadu agrediu Bia com uma coronhada quando ela apareceu.
Atraído ao local, Glauco não acreditava que Cadu portasse uma arma de verdade. Ele então teria jogado uma das balas da arma no chão e mandado o cartunista pegá-la.
Quando ele se abaixou, Cadu o teria agredido com um soco e disparado. Raoni, filho do cartunista, que chegava da faculdade, pediu de joelhos ao amigo que parasse, quando foi alvejado.
Corpos do cartunista Glauco e do filho são enterrados
 

 

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