Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

quarta-feira, 10 de março de 2010

PERSONAGEM DO DIA - Wagner Canhedo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Wagner Canhedo Azevedo (Potirendaba, SP, 20 de janeiro de 1936) é um empresário brasileiro radicado em Brasília, que ficou conhecido nacionalmente ao se tornar proprietário, em 1990, da hoje falida Viação Aérea São Paulo - (VASP).

Biografia

Canhedo é filho de Alzira Canhedo Azevedo e de Joaquim Canhedo, espanhol que, aos oito anos de idade, havia deixado a cidade de Nerja, Andaluzia, imigrando para o Brasil onde trabalhou como caminhoneiro.
Canhedo começou a trabalhar ainda criança, como ajudante de oficina mecânica no interior do Paraná. Aos 10 anos, lavava motores. Aos 16, tinha a sua própria oficina. Em seguida, comprou um caminhão em sociedade com o pai e passou a fazer entrega de cargas. Sem tempo para os estudos, não terminou o 2o grau. Com todo o tempo do mundo para os negócios, comprou terrenos, montou uma serraria e, em 1957, foi para Brasília, então um imenso canteiro de obras, com uma frota de oito caminhões.
Graças ao que ganhou fazendo negócios ligados a construção da nova capital, Canhedo se tornou milionário aos 26 anos de idade e chegou a chefiar um grupo de dezessete empresas, com 15.000 funcionários, que faturava 2,2 bilhões de dólares por ano.
A Vasp, que Canhedo adquiriu em 1990, em condições suspeitas, já que sua empresa a Consórcio VOE-Canhedo recebera do Governo de São Paulo US$ 53 milhões em 1990 dias antes de adquirir a VASP por US$ 45 milhões, representava 60% da receita total. Por intermédio da VASP, Canhedo adquiriu ainda uma participação de 50,03% nas companhia aérea LAB (Lloyd Aéreo Boliviano) e 49% das ações da Linhas Aéreas Ecuatorianas.
Com interesses em áreas variadas como mineração, agropecuária e turismo, o conglomerado incluía a transportadora Wadel, que reúne 300 caminhões, e a Viplan, que faz o transporte urbano em Brasília, com mais de 1.000 ônibus. Em sua trajetória, essas firmas foram peças vitais para o fortalecimento do empresário. Portanto, de milionário, Canhedo virou bilionário graças à sua conexão estatal.
Em quatro ocasiões, apurando operações feitas pelo governo, as comissões de investigação do Congresso chegaram ao nome de Wagner Canhedo. Em 1989, a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara investigava o desvio de verbas na estatal Companhia de Fomento da Produção. A transportadora Wadel supostamente recebia do governo 84 cruzados novos por tonelada de grãos que transportava e subcontratava outras transportadoras pagando 14 cruzados novos por tonelada. Canhedo é acusado de embolsar a diferença.
Houve a CPI da privatização da VASP, outra sobre as empresas aéreas e a CPI do caso Collor-PC. Paulo César Farias se empenhou pessoalmente na vitória de Canhedo na concorrência de privatização da Vasp. Depois que ela ocorreu, fez de tudo para que o negócio fosse em frente. Em nenhum outro projeto dentro do governo Collor, a presença de PC foi tão ostensiva quanto na ajuda às necessidades da VASP e de Canhedo. Chegou-se a imaginar que o caixa de Collor pudesse ser sócio do amigo no empreendimento. Canhedo nega. Graças à ajuda de PC, o "estilo empresarial" de Canhedo foi apresentado a todo o Brasil.
Os negócios de Canhedo começaram a regredir quando não resolveu o problema das dívidas da VASP que, ao contrário, se agravou. Em obrigações de curto e longo prazo, a companhia aérea acumulou dívidas de 3,2 bilhões de reais, o equivalente a dois anos e quatro meses de seu faturamento. Desse total, 2,13 bilhões eram dívidas com o governo. Canhedo empresta mais dinheiro, e não paga os credores.
A VASP então entra em recuperação judicial, onde saiu em 2008, para ter sua falência decretada em 08 de Setembro, e Wagner Canhedo é afastado da gestão da empresa pela Justiça.
Tudo isso não resultou em nenhuma punição para Canhedo, embora tenha ficado preso por alguns dias, em 2004. Mas principalmente não impediu que Canhedo fosse fartamente homenageado pelas autoridades. É cidadão honorário da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Espírito Santo, Maranhão e das cidades de São Paulo, Brasília e São Luís. Entre muitas condecorações e homenagens já recebeu a Medalha do Pacificador, a Medalha do Mérito Santos Dumont e a Ordem do Mérito do Superior Tribunal Militar.
Com exceção da VASP, Canhedo mantém ainda hoje suas outras empresas, entregues à administração de seus filhos.
Mesmo com a VASP se atolando cada vez mais em dívidas bilionárias, Canhedo na década de 90 adquire, com recursos ainda insertos, um dos maiores empreendimentos agropecuários do país, a Fazenda Piratininga com cerca de 215.000 hectares de terra que é o equivalente a quase o dobro do tamanho da cidade do Rio de Janeiro/RJ. Localizada no município de São Miguel do Araguaia/GO na divisa com o Tocantins, a Piratininga possui uma infraestrutura surpreendente e de dar inveja, que segundo o próprio Canhedo lhe custou pouco mais de R$ 400 milhões. O rebanho de aprox. 100.000 cabeças de gado trouxe a Canhedo o título de "rei do gado". Mesmo com os negócios da VASP indo de mal a pior e tendo a Piratininga sob administração da Agropecuária Vale do Araguaia que é uma das empresas do grupo controlado por Canhedo, ele ainda investia mais e mais recursos na Piratininga, transformando-a em um gigantesco complexo agropecuário, com direito a 3.600 km de estradas, centenas de pontes de concreto, 2 viadutos, barracões, caminhões, implementos agrícolas, pista de pouso, uma magnífica área de lazer e outras benfeitorias, sendo que o conjunto de terras e benfeitorias foi avaliado em R$ 500 milhões.Revista Veja on line
Após a abertura do processo de recuperação judicial que gerou a falência da VASP, cerca de 15 mil ações trabalhistas foram instauradas na justiça. No ano de 2008 "a menina dos olhos" de Canhedo (Piratininga) foi adjudicada pelos funcionários da VASP que passam a ser os novos proprietários da mesma. Sem saber como fazer para vendê-la e quitar todas as dívidas das ações trabalhistas, os adjudicantes recorrem ao Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo/SP TRT 2ª Região para lhes auxiliarem na venda da fazenda. Em junho de 2009 em audiência publica a justiça do trabalho decide manter a adjudicação aos funcionários da VASP e realizar um leilão da mesma. Fentac/CUT. No final de novembro de 2009 a Central de Hastas Públicas do TRT 2ª Região publicou o edital público resumido com a data do leilão que poderá novamente transferir a propriedade da Piratininga.
No dia 10 de março de 2010, às 10h00, no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, Barra Funda, São Paulo/SP (sede do TRT 2ª Região - aquele prédio que já foi alvo de investigação onde o juiz Nicolau dos Santos Neto, o Lalau, era acusado de alguns crimes como desvio de verba pública), será realizado o leilão público onde a Piratininga será apregoada pelo lance inicial de R$ 300 milhões. A Piratininga será apregoada pelo leiloeiro oficial Antonio Carlos Seoanes Serrano que, caso a venda, ao bater o martelo estará pondo fim ao maior número de ações trabalhistas já finalizadas com a venda de um único bem. Dados do leilão
Além da Piratininga, vários outros bens de outras empresas do grupo Canhedo como alguns ônibus da Viplan continuam sendo vendidos e penhorados a cada dia.

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