Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

quinta-feira, 18 de março de 2010

MENSALÃO DO DEM - tem 26 políticos suspeitos


MP acha indícios de que 4 deputados distritais e 12 suplentes também recebiam propina, além dos 10 já envolvidos
De Fábio Fabrini:
Em nova ação ajuizada no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, o Ministério Público do DF aponta indícios de que o pagamento de propina a aliados do governo de José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) era feito a uma rede bem maior do que a já revelada.
Os nomes de quatro deputados distritais e pelo menos 12 suplentes — ainda não arrolados no esquema — figuram em supostas listas de pagamento do mensalão, apreendidas nas casas de dois colaboradores do governador afastado e anexadas ao processo.
Os detalhes da contabilidade foram descritos por Durval Barbosa, ex-secretário de Arruda e delator do esquema, em depoimento prestado aos promotores quarta-feira da semana passada.
A ação do MP pede que, além dos seis parlamentares e quatro suplentes já envolvidos — dos quais oito foram impedidos de votar no impeachment — os demais suspeitos sejam afastados de votação na Câmara Legislativa que decidirá a abertura de duas ações penais contra o governador.
No total, o MP pede que 26 políticos sejam impedidos de votar na Câmara Distrital.
Num dos documentos, recolhido pela PF na casa de Leonardo Prudente, ex-presidente da Câmara Legislativa — que ficou conhecido como "o deputado da meia" e acabou renunciando ao mandato — aparecem os nomes de seis parlamentares ao lado de valores que, segundo Barbosa, seriam pagos em troca de apoio.
No papel só constam os primeiros nomes de cada parlamentar (sem os sobrenomes).
Estão na lista Milton Barbosa (PSDB), irmão do delator; Jaqueline Roriz (PMN), filha do ex-governador Joaquim Roriz; e Raimundo Ribeiro (PSDB), cujas mesadas seriam de R$ 12 mil.
A lista, manuscrita, também inclui Eurides Brito (PMDB), Rogério Ulysses (sem partido) e Benedito Domingos (PP). Os três já eram acusados de integrar o esquema e receberiam R$ 14 mil, R$ 10 mil e R$ 12 mil, respectivamente.
Em outros dois papéis, todos escritos à mão, figuram as iniciais ou os nomes de aliados, entre eles o deputado Batista das Cooperativas (PRP), identificado por BP num demonstrativo achado na casa de Domingos Lamoglia, ex-chefe de gabinete de Arruda e conselheiro do Tribunal de Contas do DF.
Ele seria um dos responsáveis pela coleta e distribuição do dinheiro, que se destinaria não só à compra de votos na Câmara, mas ao custeio de despesas do governador, ao pagamento de pesquisas e à complementação dos salários de funcionários públicos "amigos".
Os suplentes são citados em dois documentos. Num deles, apreendido na casa de Prudente, há os nomes de vários, ao lado dos votos que tiveram nas eleições.
No pé da relação, aparece a cifra R$ 53 mil, que seria a soma das propinas. Numa outra coluna, há referências a alguns desses políticos e outros apoiadores, com o valor R$ 40 mil.
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