MENSALÃO DO DEM - Defesa de Arruda vai a OAB para pedir encontros reservados

Advogado diz que reuniões acompanhadas por policiais são “invasão de privacidade” e “espionagem”. Médico do governador afastado voltou a dizer que Arruda está bem de saúde.

O advogado de José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) foi hoje (11) até na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) reclamar que não tem privacidade para conversar com o cliente, que está preso na Polícia Federal há um mês.

De acordo com a assessoria da PF, os advogados têm direito de reclamar, porque o país é uma democracia, mas afirmou que os procedimentos adotados com Arruda são para garantir a segurança dele e preservar os limites da condição de prisão. “É um abuso de poder do delegado da Policia Federal. Eu não vou admitir essa invasão de privacidade, essa espionagem”, disse Nélio Machado.

Os advogados fizeram uma reclamação na OAB contra o delegado Marcos Ferreira dos Santos. O documento será encaminhado para o Ministério Público, Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça, que já analisa um pedido semelhante da defesa.

Segundo o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, todos os presos têm direito de ser ouvidos pelo seu advogado, de ser entrevistado com seu advogado de forma reservada. “Seja o preso que está na Papuda, seja o preso que está numa sala de estado maior, em qualquer situação”, explicou.

No meio da tarde, uma ambulância saiu da Polícia Federal, mas a polícia não confirmou se levava o governador afastado. Arruda iria fazer uma ressonância magnética do pé, que continua inchado. Fora isso, até agora os resultados dos exames indicam que a saúde dele está normal. “O exame de sangue deu até relativamente bem. A função renal, que eu estava preocupado, está normal. O que chama a atenção mesmo é a alteração emocional”, afirmou o cardiologista de Arruda, Brasil Caiado.

Na Câmara Legislativa, os deputados tentam mostrar que a vida segue. Há 570 projetos na pauta. Entre eles, dois urgentes para contratar empréstimo de R$ 69 milhões com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Mas, em plena quinta-feira, não teve quorum nem para abertura dos trabalhos. Só seis distritais apareceram, e em 12 minutos a sessão foi encerrada.

Eliana Pedrosa (DEM) e o presidente em exercício da casa, Cabo Patrício (PT) chegaram após o fim da sessão. “Não teve sessão? É porque não tem acordo de líderes”, perguntou.

No início da noite, o governador Wilson Lima (PR)assinou um ato desonerando 74 comissionados da vice-governadoria - 46 foram remanejados para outras áreas do governo, como a secretaria de Ordem Pública. Militares que estavam lotados na vice-governadoria vão voltar para os quartéis.

Rita Yoshimine /Fred Ferreira