Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro disse Dom Pedro II

terça-feira, 16 de março de 2010

GOVERNO LULA/VIAGEM À PALESTINA - Na Cisjordânia, Lula critica ocupação e embargo de Israel aos palestinos

Colaboração para a Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta terça-feira a ocupação e o embargo israelenses aos territórios palestinos e defendeu a derrubada do muro que atravessa a Cisjordânia ocupada. Em jantar com o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, em Belém, na Cisjordânia, Lula voltou a defender a criação de um Estado palestino "viável e próspero".
"Sabemos qual o primeiro desafio nessa caminhada: vencer o bloqueio que vem sofrendo o povo palestino", afirmou Lula, segundo nota do Palácio do Planalto. "O Brasil está comprometido com a luta pelo fim desse embargo e do conflito que está na sua origem".
Israel e Estados Unidos lideram um embargo imposto em 2006 aos palestinos, após a vitória do grupo radical islâmico Hamas nas eleições parlamentares palestinas. O bloqueio foi intensificado após a tomada da faixa de Gaza pelo grupo extremista, em 2007.
Lula criticou o muro construído por Israel e que, em Belém, isolou comunidades e bloqueou ruas e estradas. "O muro de separação cobra um alto preço em termos de sofrimento humano e materiais. Divide famílias, afasta amigos, desarticula a produção e consequentemente assusta o investimento", disse ele.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), entre 50% e 75% das terras usadas por palestinos para agricultura foram confiscadas por Israel para a construção da barreira.
Giro no Oriente Médio
Lula é o primeiro chefe de Estado brasileiro a visitar Israel e a ANP. O presidente iniciou sua viagem ao Oriente Médio por Israel no domingo (14).
Nesta terça-feira, o presidente visitou o Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém, dedicado à memória dos 6 milhões de judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Lá, ele afirmou que não se pode, "em hipótese alguma", permitir a repetição de evento semelhante.
Durante a visita, o rabino Israel Lau, presidente do Memorial e sobrevivente dos campos de concentração, pediu publicamente que Lula promova um encontro do israelense com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. O iraniano é conhecido por questionar o Holocausto e defender a destruição de Israel.
Em seguida, Lula passou por uma conferência econômica que reuniu 120 empresários brasileiros e palestinos, na presença do primeiro-ministro Salam Fayyad, durante a qual desejou que um Estado independente palestino pudesse, um dia, ser associado, como Israel, ao Mercosul, o mercado comum sul-americano.
Entre os temas internacionais tratados pelo presidente, além da retomada de negociações israelo-palestinas, está a disposição do Brasil de contribuir para o processo de paz no Oriente Médio. Na quarta e quinta-feira, Lula estará na Jordânia.
Tensão em Israel
A passagem do presidente Lula se dá num momento de grande tensão pelas ruas de Israel. Confrontos entre palestinos e a polícia israelense em Jerusalém Oriental, nesta terça-feira, deixaram ao menos 40 manifestantes feridos, segundo fontes médicas. A polícia afirmou que pelo menos dois policiais se machucaram.
O Hamas convocou um "Dia da Ira" para protestar contra as ocupações de territórios por Israel. O policiamento já havia sido reforçado pelo governo israelense, temendo distúrbios pela cidade.
A tensão entre palestinos e israelenses --que ocupam a Cisjordânia desde 1967-- se acirrou nas últimas semanas, depois da decisão do governo israelense de incluir locais religiosos da Cisjordânia no plano nacional de patrimônio judaico.
O anúncio feito na semana passada da aprovação da construção de mais 1.600 casas em Ramat Shlomo, na Jerusalém Oriental, também contribuiu para aumentar a hostilidade. A anexação do território nunca foi reconhecida pela comunidade internacional, e a cidade é pleiteada pelos palestinos como capital de um futuro Estado.
com Reuters e Efe

 

 

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