sexta-feira, 26 de março de 2010

GOVERNO LULA - Lula: Quando esteve no governo, oposição não tinha nada para inaugurar


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Terra


Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as denúncias de que vem fazendo campanha eleitoral antecipada para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, são provocadas por "razões políticas" da oposição. Em entrevista publicada nesta sexta-feira no jornal A Tarde, Lula disse que a oposição o critica por ter realizado menos durante o seu mandato.

"Quando ela (oposição) esteve no governo, não havia empreendimentos, não havia obras, não havia nada para ser inaugurado. Nós fizemos - e fizemos muito - e temos o dever de entregar à população, temos o dever de mostrar à sociedade de que maneira estamos aplicando os recursos dos impostos", afirmou.

Lula disse que seus advogados entrarão com recurso contra as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que aplicou ao presidente duas multas - de R$ 5 mil e R$ 10 mil, respectivamente - por considerar que ele fez campanha antecipada de Dilma na inauguração de obras com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Espero que a multa seja anulada, uma vez que, no meu entendimento, não houve nem tem havido campanha antecipada, nem dissimulada", disse.

Segundo o presidente, o governo não pode ser punido por divulgar suas obras. "Estamos prestando contas à população e mostrando nossos serviços, como devem fazer todos os governos. Não podemos ser penalizados por tomar iniciativas, por criar programas, por investir em obras mais do que necessárias, que há muito tempo já deveriam ter sido feitas por outros governos", disse.

Lula ainda justificou a presença de Dilma nos eventos com o argumento de que ela foi fundamental para a realização das obras. "Se a ministra Dilma Rousseff é a coordenadora do PAC, se ela se empenhou, se dedicou sua energia, sua inteligência em prol das melhorias que estamos implementando, por que na hora da inauguração tem que ficar recolhida em casa?", questionou.

Dilma


Na entrevista, Lula afirmou não acreditar na possibilidade de Dilma cair nas pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais quando deixar o ministério, em decorrência da visibilidade do cargo. "No meu entendimento, assim que ela deixar o cargo, pode acontecer exatamente o contrário, ou seja, o ritmo do seu crescimento pode ser acelerado. Afinal, livre das obrigações de governo, que não são poucas, ela terá todo o tempo livre para as articulações e posteriormente para se dedicar de corpo e alma à campanha", disse.

Segundo o presidente, a aceitação do nome de Dilma já é muito forte na população e vem crescendo cada vez mais, "devido sobretudo à sua capacidade de trabalho, à sua dedicação, ao fato de estar inteiramente comprometida com o projeto político que vem mudando a cara" do País. "Ou seja, comprometida com o crescimento econômico e a geração de empregos, combinados com distribuição de renda, com a inclusão daqueles que eram esquecidos e que antes não tinham qualquer perspectiva de mudar de vida", afirmou.

Disputas regionais

Lula reafirmou seu desejo de a pré-candidata do PT à Presidência contar preferencialmente com palanques únicos da base aliada nos Estados, mas admitiu a impossibilidade da medida devido às disputas regionais. "Essa é uma questão que diz respeito, basicamente, aos líderes e dirigentes locais dos partidos da base aliada. Não pretendo interferir porque quem conhece a fundo a realidade local, as aspirações da população, o potencial dos pré-candidatos, são aqueles que atuam nos Estados", disse.

Sobre o caso específico da Bahia, onde a disputa deve ficar polarizada entre o ministro da Integração, Geddel Vieira Lima (PMDB) e o governador Jaques Wagner (PT), Lula pediu que a base aliada mantenha a união em torno da candidatura de Dilma. "O que eu tenho a dizer aos concorrentes da nossa base de apoio é: disputem de maneira civilizada, respeitosa, façam uma competição no campo das idéias, das propostas para a Bahia, e mantenham a união no plano federal em torno da candidatura comprometida com o nosso projeto político, que está transformando o Brasil", afirmou.

Oriente Médio

Questionado sobre os possíveis desdobramentos de sua viagem ao Oriente Médio, Lula disse que tanto palestinos como israelenses se mostraram "extremamente receptivos" à contribuição brasileira na busca pela paz na região. De acordo com o presidente, o Brasil precisa mudar de mentalidade e se posicionar como uma das lideranças mundiais na solução de conflitos.

"Temos que acabar com o complexo de inferioridade - hoje somos uma voz respeitada no cenário mundial e devemos ser cada vez mais atuantes nas questões que afetam direta ou indiretamente toda a humanidade", disse. "Na viagem, pude perceber que não apenas as lideranças, mas também os seus povos expressam grande carinho, admiração e respeito pelo Brasil", afirmou.

Lula defendeu a posição brasileira de apoiar o diálogo com ambos os lados para se chegar a um acordo que encerre o conflito. "Acreditamos que é por meio da negociação e do entendimento - e não por imposições e medidas unilaterais - que será possível chegar a uma solução para esse conflito, que já se prolonga por várias décadas", disse. "Sabemos que o diálogo é ingrediente indispensável para se chegar a um acordo definitivo, que confira segurança ao Estado de Israel e garanta a criação de um Estado Palestino independente, democrático, coeso e economicamente viável".


 


 

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