quarta-feira, 10 de março de 2010

FUTEBOL/LIBERTADORES - Andrade quer repetir boa atuação do fim de semana na Libertadores

Técnico se apega ao bom rendimento diante do Resende e à evolução tática para driblar a ausência de Adriano contra o Caracas. Poupado, Imperador treina no Rio ao lado da noiva

Joana Tiso
Publicação: 10/03/2010 08:30

 
Rio de Janeiro — O Flamengo segue uma gangorra emocional diferente da maioria dos rivais. Quando está bem, costuma subir no salto e muitas vezes perde por menosprezar o adversário. Nos momentos de polêmica e instabilidade, porém, parece ter necessidade de dar uma resposta em campo e consegue jogar melhor do que na fase de paz. Foi assim na goleada sobre o Resende, sábado, um dia depois de instaurada a crise com Adriano, sua maior estrela. O rubro-negro fez uma de suas melhores partidas no ano — um bom teste para o duelo de hoje, bem mais complicado que o do Estadual, contra o Caracas, na Venezuela, às 21h50, pela segunda rodada do Grupo 8 da Libertadores.

Diante do Resende, a equipe de Andrade não tomou gols pela segunda vez seguida no Carioca, fato raro até aqui, mesmo contra oponentes fracos tecnicamente. A cozinha com Álvaro e Fabrício — no lugar de Ronaldo Angelim — ganhou força nas jogadas aéreas, mais velocidade e técnica na saída de bola. Mas a melhor notícia veio das laterais. Leonardo Moura e Juan, trunfos em outros anos e mal na última temporada, atuaram bem no mesmo dia depois de tempos.

Os dois têm mais características de alas do que de defensores e voltaram a jogar com ofensividade. Dos pés deles saíram os melhores lances pelos lados, com assistências como a do quarto gol, marcado por Vágner Love. Com os laterais em forma, o Flamengo cresce muito no ataque. Os volantes, três no 4-4-2 de Andrade, enfim acertaram a marcação no meio, sobretudo nos desarmes, e deram segurança ao setor defensivo.

Este foi o ponto fraco do Flamengo na Taça Guanabara. Sem Aírton, vendido para o futebol português, e Maldonado, que esteve no departamento médico nos últimos três meses, a zaga ficou desprotegida e tomou uma penca de gols. Diante do Caracas, Fernando entra na vaga de Willians, suspenso pela expulsão na vitória sobre o Universidad Católica (Chile), no Maracanã.

Mistério está no meio

Ao contrário do que vinha ocorrendo, inclusive na reta final do Brasileiro, Andrade está com boas opções no banco, como os meias Petkovic, ótimo nas jogadas de bola parada, e Ramon, que dá um toque de qualidade ao ataque (ele não foi inscrito na Libertadores). O sérvio pode ser a surpresa do técnico hoje. Caso seja escolhido, será o principal homem de criação e empurrará Vinícius Pacheco para o ataque, ao lado de Love, que atua como centroavante na função do Imperador.

Dessa forma, o Flamengo ganha técnica no meio e mais chances de resolver a partida em uma cobrança de falta. Se Pet for preterido, Pacheco joga como armador, sua posição de origem, e Bruno Mezenga entra no ataque. Com essa formação, o rubro-negro teria dois atacantes de ofício na frente, aumentando o poder de fogo.

Petkovic disputou apenas um jogo como titular neste ano, no Fla-Flu de 31 de janeiro, quando foi substituído no intervalo, abandonou o vestiário e se desentendeu com o vice de futebol, Marcos Braz. Desde lá, perdeu o prestígio e esquentou o banco de reservas.

Em meio ao caos instalado no clube, o elenco embarcou ontem para a Venezuela com cara de poucos amigos e fugindo da imprensa. O grupo considera as críticas exageradas. “Qualquer coisa no Flamengo ganha uma dimensão maior. Perdemos só um jogo no ano (contra o Botafogo) e mesmo assim jogando melhor. Querem nos empurrar uma crise que não existe”, argumentou Andrade

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