sexta-feira, 12 de março de 2010

ELEIÇÃO PRESIDENCIAL - Goianos mobilizados por Temer no cargo de vice na chapa de Dilma

Denise Rothenburg
Publicação: 12/03/2010 07:00 Atualização: 12/03/2010 01:10

O PMDB deflagrou um movimento para tentar segurar o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em Goiás. O objetivo é evitar que ele comprometa a intenção dos deputados de fazer do presidente do PMDB, deputado Michel Temer, candidato a vice na chapa da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Ontem, por exemplo, o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), foi até Goiânia pela manhã conversar com o prefeito Íris Rezende, para se certificar de que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, será mesmo candidato ao Senado.

“O candidato único do PMDB para compor a chapa presidencial é Michel Temer”, disse Henrique Alves ao Correio, pouco antes de embarcar de Goiânia para Brasília, onde pegaria o voo para Natal (RN). “Este é assunto vencido”, completou, com um recado direto ao PT: “Petista fala da cabeça de chapa. E a vice, que cabe ao PMDB, quem fala a respeito são os peemedebistas”, respondeu o líder, quando perguntado como ele reagiria se o presidente Lula ou o PT pedisse para que o PMDB indicasse Meirelles.

Os peemedebistas insistem que, embora Dilma Rousseff esteja crescendo nas pesquisas, não dá para os petistas quererem impor ao PMDB quem deve ser o vice. Os caciques do partido de Temer insinuam que a aliança ainda não é “líquida e certa”. Argumentam que seria preciso ter alguém capaz de lastrear votos numa convenção e dar ao PMDB a certeza de que os interesses da legenda seriam preservados. E hoje, segundo eles, o nome que mais agregaria votos dentro da convenção seria o de Temer. “O nome do vice não está mais em pauta para o PMDB, é Michel”, repetiu Alves.

Fantasma

Apesar das declarações do líder, houve estremecimento nessa solidez. Além do fantasma de Meirelles ressurgir com força, o presidente da Câmara desagradou o Planalto ao incluir na pauta da Casa uma série de projetos que não eram do agrado do governo, como a PEC da jornada de 40 horas e os aumentos dos bombeiros, que terminaram aprovados em primeiro turno e só saíram de pauta porque o líder do governo, Cândido Vaccarezza, chegou com a proposta de não votar mais as Propostas de Emendas Constituicionais (PECs) este semestre para não tumultuar o clima na Casa.

Além disso, a bancada do PMDB do Rio, fiadora da eleição de Temer na Câmara, não gostou da forma como o presidente da Casa conduziu a sessão da noite de quarta-feira, onde o governo, e por tabela os cariocas, foram derrotado na distribuição dos royalties do petróleo. O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) considerou que se o presidente quisesse, poderia ter evitado a aprovação da emenda que distribui os royalties a todos os estados, tirando R$ 7 bilhões do Rio. Cunha afirmou para quem quisesse ouvir que estava com saudades de Arlindo Chinaglia (PT-SP), que antecedeu Temer na Presidência. Pelo visto, o fantasma de Meirelles começa a se materializar mais do que imaginava Temer há 15 dias.

 

 

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