domingo, 21 de março de 2010

ECONOMIA E NEGÓCIOS - Eike agora quer o ouro colombiano e pretende investir até em banda larga

RIO e SÃO PAULO - Ele tem obsessão por encontrar o que chama de "diamantes não lapidados" e, a partir da daí, multiplicar sua fortuna. A receita, aparentemente simples, é de Eike Batista, o homem mais rico do Brasil e oitavo do mundo, segundo a revista "Forbes". Se o ranking tivesse sido feito na semana passada, Eike já poderia figurar no quarto lugar, com a oferta inicial de ações da OSX, sua nova investida, agora no ramo da indústria naval. Mas qual a nova empreitada de Eike, dono de uma fortuna de US$ 27 bilhões? Seu projeto agora é ganhar dinheiro com o ouro da Colômbia, mostra reportagem de Felipe Frisch e Danielle Nogueira publicada na edição deste domingo do jornal O GLOBO. Lá, a EBX, sua holding, já tem minas de carvão. No fundo, é uma volta às origens de quem conquistou seu primeiro milhão de dólares aos 23 anos, em 1980, explorando um garimpo na Amazônia.
Vídeo: Eike fala sobre sua trajetória bilionária.
Perfil: Meganacionalista e místico, Eike sai da sombra do pai e de Luma.
Eike Batista: 'Ser 1º do mundo é consequência'.
A nova empresa, como acontece com todos os investimentos de Eike, carregará o "X": se chamará AUX. Em um ano, poderá abrir capital via oferta pública (IPO, na sigla em inglês). Eike não revela o tamanho da reserva esperada, mas debocha de quem diz que seus empreendimentos são sonhos "de vento".
- Queremos fazer o que a gente sempre faz: pegar esse ativo, trabalhar durante um ano, aumentar as reservas. É a mina mais rica de ouro da Colômbia. Leva três anos para entrar em operação. Aí, vamos ouvir de novo a história dos ventos. São ventos cheios de ouro...
Nem tudo é sucesso nas companhias que Eike leva para a Bolsa. A OSX, cujas ações estreiam na segunda-feira na Bolsa com a proposta de fabricar navios e plataformas de petróleo e gás para a também sua OGX, levantou R$ 2,450 bilhões. A operação poderia ter levantado até R$ 9,92 bilhões, mas acabou alertando o mercado para um risco: o da excessiva concentração das operações dentro do grupo.
- O mercado até inventou um termo para se referir à operação: o risco X. Ele foi ambicioso demais - criticouA um empresário.
Mas Eike ainda tem motivos para rir. Embora muito abaixo do esperado, a captação colocou preço na companhia e em suas ações e elevou sua fortuna em mais US$ 3,957 bilhões, suficiente para alçá-lo ao quarto lugar no planeta.
Outra crítica comum a Eike é sobre o excesso de áreas de atuação. Isso não o inibe. A possível criação do Plano Nacional de Banda Larga pelo governo o animou. Perguntado se o setor interessa, não titubeou:
- Interessa. Se fizerem um leilão para licenças. A telefonia hoje no Brasil é uma desgraça, muito cara, e tínhamos que ter uma banda larga de 30 ou cem mega (bits por segundo) para cada pessoa em casa, a R$ 30.

 

 


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