segunda-feira, 29 de março de 2010

ARRUDAGATE - Arruda presta depoimento sobre mensalão do DEM nesta segunda

Ex-governador é o primeiro de uma lista de 42 que serão interrogados.
Polícia Federal vai montar força tarefa para ouvir citados em três dias.
Robson Bonin Do G1, em Brasília

  • Aspas O farto conjunto probatório já contido nos autos precisa ser complementado com diligências específicas, necessárias para a formação de juízo quanto à materialidade e autoria dos crimes investigados e para instruir eventual ação penal"
Preso há 47 dias na Superintendência da Polícia Federal, o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) deve prestar depoimento às 14h desta segunda-feira (29) sobre a sua suposta participação no escândalo do mensalão do DEM de Brasília. O interrogatório é o primeiro de uma lista de 42 envolvidos que também serão ouvidos pela PF.

A data do depoimento de Arruda foi marcada na sexta-feira (26). Ele será interrogado na superintendência da PF, onde está preso desde 11 de fevereiro, por suspeita de tentar subornar uma testemunha do inquérito do mensalão do DEM de Brasília, que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Além do ex-governador, os agentes federais também irão tomar o depoimento, nesta segunda, do ex-secretário de Comunicação do DF, Welligton Moraes, que está preso no Complexo Penitenciário da Papuda por envolvimento no mesmo caso.

A assessoria da PF informou ao G1 que uma força tarefa será montada para ouvir os 42 envolvidos no caso até quinta-feira (1). Serão dez depoimentos por dia e um grupo de delegados e escrivãos será reunido na superintendência para fazer os registros. Os envolvidos no mensalão do DEM que estão presos serão ouvidos na Papuda, para onde todos foram levados após se entregarem.

O escândalo do mensalão foi revelado no dia 27 de novembro de 2009, quando a PF deflagrou a Operação Caixa de Pandora. No inquérito do STJ, Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais aliados, empresários e integrantes do governo distrital.

Decisão do STJ
Na quarta-feira (24), o STJ notificou a PF da decisão de que Arruda deveria depor imediatamente no processo.

Além de Arruda e Moraes, Gonçalves determinou que a Polícia Federal ouvisse, no prazo máximo de três dias – a contar da decisão –, o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do DF, Domingos Lamoglia, o ex-vice-governador Paulo Octávio (sem partido, ex-DEM), o pivô do escândalo do mensalão do DEM, Durval Barbosa, e o ex-secretário de Ordem Pública do DF Roberto Giffoni.

Desse grupo, apenas Paulo Octávio já prestou depoimento. Ele se apresentou à PF nesta quinta, mas exerceu o direito de ficar calado e não responder às perguntas elaboradas pela PF.



PGR
Os depoimentos atendem a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que também solicitou ao STJ que seja aberto prazo de dez dias para a coleta de depoimento de todos os nomes citados em documentos anteriores enviados ao tribunal, além de todos os que aparecem nos vídeos de Durval Barbosa.

A subprocuradora-geral da República, Raquel Elias Dogde, é quem assina a lista de pedidos de cinco páginas. Ela justifica a apresentação do pleito dizendo que “o farto conjunto probatório já contido nos autos precisa ser complementado com diligências específicas, necessárias para a formação de juízo quanto à materialidade e autoria dos crimes investigados e para instruir eventual ação penal”.




Liberdade
Arruda pode ser solto quando a fase de depoimentos de outras testemunhas do caso for concluída pela Justiça. A possibilidade foi cogitada nesta quarta-feira (24) pelo PGR, Roberto Gurgel: “Não temos nenhum interesse em mantê-lo preso se não for necessário.”

Na avaliação do procurador-geral da República, se não fosse o episódio da tentativa de suborno, Arruda não teria sido preso. Sem testemunhas para depor ou provas para colher, na avaliação de Gurgel, Arruda não representaria ameaça ao trabalho dos agentes e poderia ser solto.

O procurador-geral da República não revelou, no entanto, quantas testemunhas ainda faltam depor no inquérito do mensalão do DEM de Brasília, que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Também não há previsão para a análise do pedido de revogação da prisão, apresentado pelos advogados do ex-governador ao presidente do inquérito, ministro Fernando Gonçalves.


 

 

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