segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Oposição e situação dividem cargos em comissão de julgamento de impeachment

Somente processo contra Arruda foi apreciado nesta segunda.
O pedido contra Paulo Octávio deve ser analisado na quinta-feira.

Rafael Targino Do G1, em Brasília
Tamanho da letra

Após duas horas de atraso, os membros da Comissão Especial da Câmara Legislativa que vai julgar os pedidos de impeachment do governador afastado do DF, José Roberto Arruda (sem partido), e do governador interino, Paulo Octávio (DEM), decidiram nesta segunda-feira (22) dividir entre oposição e base aliada a presidência e a relatoria dos processos. O deputado Cristiano Araújo (PTB) será o presidente; Paulo Roriz (DEM), ex-secretário de Arruda, vice. A mesma comissão vai analisar os dois pedidos.

Chico Leite (PT) será o relator para o processo de Arruda; Batista das Cooperativas (PRP), da base aliada de Arruda e Paulo Octávio, será o relator do processo contra o interino. Ele havia sido o relator na CCJ.

Segundo Batista, o processo contra Paulo Octávio não será analisado nesta segunda-feira, pois a aprovação dos pedidos na CCJ do interino não foi publicada no Diário da Câmara. A expectativa é que a publicação no Diário aconteça na próxima terça (23) e a apreciação do processo, na quinta-feira (25), às 18h – provavelmente após o julgamento do habeas corpus do governador afastado no Supremo Tribunal Federal (STF).


Andamento
O relator tem, agora, 10 dias para fazer um parecer sobre a admissibilidade ou não dos pedidos de impeachment. O parecer é enviado ao plenário, que aceita ou não os pedidos. Se aprovados, o governador afastado tem 20 dias para se defender. A defesa volta para a comissão especial, que julga o mérito. No caso de ela aceitar o pedido, o impeachment volta ao plenário e deve ser aprovado por, no mínimo, 2/3 dos votos. Se acatado, Arruda é por 120 dias. Depois disso, uma comissão formada por cinco deputados distritais e cinco desembargadores faz o julgamento final.

Leite afirmou que vai se antecipar e que, se possível, entrega o relatório ainda nesta semana.

Na noite de quinta-feira (18), após o recuo de Paulo Octávio em relação à renúncia ao cargo, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Legislativa acelerou o trâmite do processo do processo de impeachment. O deputado Batista das Cooperativas (PRP) pediu “10 minutos”, durante a sessão plenária, para preparar o relatório aceitando os três pedidos contra Paulo Octávio que já tramitam na casa. Para analisar os processos contra Arruda, Batista levou quase dois meses.

Arruda é suspeito de ser o comandante de um suposto esquema de corrupção que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília e foi revelado em novembro de 2009, após a deflagração da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. Vídeos feitos pelo ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, mostram Arruda e outros deputados distritais pegando dinheiro do suposto esquema. Paulo Octávio também é citado como um dos beneficiados, mas ele nega irregularidades.

O governador afastado está preso desde o dia 11 de fevereiro, suspeito de participação numa suposta tentativa de suborno ao jornalista Edson Sombra, amigo de Barbosa. A defesa de Arruda nega envolvimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário