domingo, 7 de fevereiro de 2010

COB leva maior delegação da história para Vancouver

Por Blog do Erich Beting em 05/02/2010


O título desse post é irônico, mas também pode ser considerado trágico. No próximo dia 12 tem início os Jogos Olímpicos de Inverno, na cidade canadense de Vancouver. E o Brasil contará com a maior delegação da história de uma edição de Jogos de Inverno.
Não, infelizmente não me refiro aqui aos cinco atletas que lá estarão. Sim, isso mesmo. São apenas cinco competidores do país em solo canadense: Leandro Ribela (cross country), Jacqueline Mourão (cross country), Isabel Clark (sowboard), Jonathan Long (esqui alpino) e Maya Harrison (esqui alpino).
Já que por aqui só se pensa em futebol, teríamos no máximo um time de futsal para entrar em ação. Mas, se nossos atletas decidissem fazer uma partida contra a delegação de cartolas brasileiros presentes em Vancouver, tomariam de goleada. 
O COB anunciou hoje que 39 pessoas estarão na cidade canadense para acompanhar a organização dos Jogos de Inverno. Não, você não leu errado. São 18 profissionais que trabalham no Rio 2016 e outros 21 (!!!!!!) representantes de município, estado e governo federal!
"O programa de Observadores é uma importante oportunidade de integração com outros comitês organizadores. A experiência de realizar os Jogos Olímpicos é única em todos os setores", disse Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB e do Comitê Organizador do Rio-2016, para justificar a ida dessa gentaiada toda para o Canadá.
Sem dúvida que "a experiência de realizar os Jogos Olímpicos é única". Mas existe uma brutal diferença entre Jogos Olímpicos de Inverno e Jogos Olímpicos de Verão. A começar pelas modalidades praticadas. Não será útil, em NENHUMA HIPÓTESE, saber como organizar uma etapa do cross country, ou de snowboard. Melhor seria mandar essa turma estudar gestão de eventos esportivos na Universidade que tem a chancela do Comitê Olímpico Internacional. Aprender com quem está gerenciando Londres-2012. Ou ficar em casa.
Sim, conhecimento sempre é bom. Mas o COB e seu presidente Nuzman são mestres em tentar justificar essa necessidade de conhecer para gastar dinheiro onde não precisa.
Enquanto o país não aprender que, sem atleta, não existe esporte e, sem esporte, não existe dirigente esportivo, estaremos fadados a acumular muitas milhas de viagem. E a assistir pela televisão a meia dúzia de abnegados que se tornam, por simples paixão, atletas de alto rendimento. No caso de Vancouver, nem meia dúzia. 
A oportunidade para mudar é agora. Do contrário, continuaremos a depender da verba pública para bancar o esporte no país.

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