As Câmaras Municipais têm até o dia 30 de junho para votar alterações no número de vereadores para a legislatura de 2013. Esta é também a data limite para a realização das convenções partidárias, que marca o início do período de campanha para a Justiça Eleitoral.
O número de vereadores é fixado pela lei orgânica dos municípios e por isso fica a critério das Câmaras, dentro dos limites estabelecidos pela Constituição. O teto varia de 9 vereadores, para municípios de até 15 mil habitantes, até 55, nas cidades com mais de oito milhões de moradores.
Goiânia, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro já têm a quantidade máxima possível de representantes no Legislativo.
Quatro capitais poderiam aumentar a quantidade de vereadores, mas já optaram por manter o número de parlamentares: Curitiba, Vitória, Belém e Porto Alegre.
Segundo MP, Graça Pereira usava centro social para fins políticos.
Vereador de Petrópolis perdeu o mandato por desfiliação do partido.
Do G1 RJ
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) cassou o mandato da deputada estadual Graça Pereira (PSD), na sessão desta quinta-feira (31). De acordo com o TRE, os magistrados julgaram procedente a representação do Ministério Público Eleitoral (MPE) contra a deputada pela prática de assistencialismo político, na campanha eleitoral do ano de 2010.
Procurada pelo G1, a assessoria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) informou que "a casa ainda não foi notificada pelo Tribunal Regional Eleitoral e por isso, não vai se pronunciar sobre o caso".
De acordo com o TRE, a prática funcionava através do centro social Grupo Comunitário Equipe Jorge Pereira, localizado na Ilha do Governador.
Na mesma sessão, o colegiado decretou também a perda do mandato do vereador de Petrópolis Marcelo Carvalho da Silva, o Marcelo Motorista, por desfiliação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) sem justa causa. Marcelo havia migrado para o Partido da República (PR).
Segundo subsecretário de Tributação e Contencioso da Receita, atualização da tributação de bebidas frias visa aumento da arrecadação
Iuri Dantas, da Agência Estado
BRASÍLIA - O subsecretário de Tributação e Contencioso da Receita Federal, Sandro Serpa, disse há pouco que o governo decidiu atualizar a tabela de tributação de bebidas frias (água, cerveja, refrigerante, isotônico e energéticos) para "aumentar a arrecadação". Segundo ele, se o reajuste de alíquotas for repassado integralmente ao consumidor, essas bebidas ficarão em média 2,85% mais caras. O aumento dos impostos entra em vigor em 1º de outubro.
De acordo com cálculos da Receita, essa atualização periódica da tributação de bebidas causará um impacto de 0,02825% no IPCA. A mudança deve provocar um impacto de R$ 408,19 milhões na arrecadação federal neste ano e de R$ 2,449 bilhões no ano que vem.
Além de reajustar as alíquotas, a Receita também iniciou um processo de mudança da fórmula de cálculo da base de incidência dos tributos. Hoje, dependendo da bebida, existe um redutor para o cálculo do imposto. Por exemplo, uma lata de bebida que custe R$ 10,00 tem um imposto calculado sobre R$ 7,00. O subsecretário Sandro Serpa anunciou que esse redutor vai diminuir 6,25% ao ano durante os próximos quatro anos, aumentando a parte do preço sobre a qual é calculado o tributo. Essa alteração vai aumentar a arrecadação em R$ 86,73 milhões neste ano e em R$ 520,38 milhões em 2013.
Serpa não informou o quanto vai crescer a carga tributária de cada tipo de bebida. Mas chegou a dizer que uma lata de refrigerante paga hoje 7,32% de PIS, Cofins e IPI. Com a mudança, a mesma lata pagará 7,8%. De acordo com a Receita, a alíquota média de PIS/Cofins na economia é de 9,25%.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) concedeu nesta quinta-feira a anuência prévia para que o Soros Fund, sediado nas Ilhas Cayman e gerido pelo bilionário húngaro-americano George Soros e seu filho Robert, assumam o controle da Sunrise, empresa brasileira de TV paga que atua no interior do Estado de São Paulo.
O conselheiro relator do processo na Anatel, Jarbas Valente, afirmou que a demanda da Sunrise foi analisada rapidamente pela agência reguladora para permitir que a empresa esteja apta para participar do leilão de 4G. O prazo para a entrega de propostas vai até 5 de junho, com o certame está marcado para 12 de junho.
Segundo o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, Soros estaria interessado em participar do leilão de 4G, não para a faixa de 2,5 gigahertz (GHz) de telefonia, mas para frequência de 450 megahertz (MHz) voltada para internet móvel rural.
A possibilidade de um grupo internacional assumir o controle de uma empresa de TV paga no Brasil foi aberta pela nova legislação aprovada em setembro do ano passado, que reduziu as limitações ao capital estrangeiro no setor de TV por assinatura. Por isso, a Sunrise migrou sua outorga de TV via rádio (MMDS) para o chamado Serviço de Acesso Condicionado (Seac), criado pela nova lei. A empresa também já possui autorização para prestação de serviços de internet em todo o País, mas ainda não atua nesse setor.
Do ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia (DEM), agora há pouco em sua newsletter eletrônica “O Ex-Blog do Cesar Maia”:
NO DIÁRIO OFICIAL DE 28 DE MAIO PREFEITURA DO RIO DÁ UM ADITIVO DE R$ 16 MILHÕES À DELTA!
1. E tenta ocultar não citando o nome da empreiteira e querendo enganar, referindo-se a valor do contrato. Mas pouco antes se descobre no Diário Oficial o pedido de aditivo da Delta.
2. D.O. Segunda-feira, 28 de maio de 2012. DESPACHO DO SECRETÁRIO. EXPEDIENTE DE 25/05/2012 – 06/370.909/2010 – Ref.: Contrato nº 008/2011 – Autorizo a modificação de quantidades, sem alteração do valor contratual, na forma proposta pela O/SUBOP/CGO às folhas 2015/2016, objeto do processo instrutivo nº 06/370.909/2010 de acordo com o disposto no artigo 482, inciso II alínea “a” do Decreto Nº 3.221 de 18 de setembro de 1981. consolidado pelo Decreto “N” Nº 15.350 de 06 de dezembro de 1996. (RGCAF), bem como AUTORIZO o acréscimo de serviços e a adequação do cronograma físico-financeiro, no valor de R$ 16.699.964,57 (Dezesseis milhões, seiscentos e noventa e nove mil, novecentos e sessenta e quatro reais e cinquenta e sete centavos), com fulcro no art. 65, inciso I, alínea “b”, parágrafos 1º e 2º e no artigo 58, inciso I da Lei.
3. Processo 06/370.475/2012 (APENSO). Requerente DELTA CONSTRUCOES S.A.(MODIFICAO DE QUANTIDADES) Assunto OBRAS PUBLICAS
Informação Complementar MODIFICACAO DE QUANTIDADES DO PROCESSO 06/370.909/2010. Data Despacho 07/05/2012. Orgão Origem O/SUBOP/CGO COORDENADORIA GERAL DE OBRAS. Orgão Destino *O/SUBOP/CGO/APC SETOR DE EXPEDIENTE. Endereço CAMPO DE SAO CRISTOVAO 268/4A.- SAO CRISTOVAO
Despacho ANALISE(ENCAMINHAR P/). Processo Principal 06/370.909/2010. 8.666 de 21/06/1993 e suas alterações, bem como Autorizo a despesa no mesmo valor. Providencie-se a lavratura do Termo Aditivo correspondente.
Karla Paes com a foto de Enzo: ele tinha apenas 1 ano e 3 meses
Foto: Cléber Júnior / EXTRA
Tudo aconteceu em apenas nove dias. Período curto mas que foi suficiente para mudar para sempre a vida da família do pequeno Enzo Albuquerque. Com 1 ano e 3 meses, o menino morreu após ser diagnosticado com um quadro grave de pneumonia e ter sua internação recusada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Clínicas de Niterói (HCN).
Segundo a mãe do bebê, a operadora de telemarketing Karla Paes, a criança, com tosse e febre, passou quatro dias tomando os remédios receitados por um pediatra particular, sem apresentar melhora. Depois de ser atendido numa clínica, Enzo foi encaminhado ao HCN, com quadro agravado.
No hospital, a avaliação clínica e exames médicos comprovaram que o menino precisava de internação imediata. A surpresa de Karla veio com a resposta do plano de saúde Amil ao pedido pela internação de Enzo. Por estar em período de carência, a estadia da criança no hospital foi negada, mesmo com a gravidade do caso.
— Ele sempre foi cliente da Amil. Tive um problema de pagamento do plano e refiz o contrato em fevereiro, não era pra cair em carência.
O pequeno Enzo Foto: Reprodução
Sem conseguir encontrar uma solução, Karla buscou ajuda no Tribunal de Justiça do Rio que, junto ao Ministério Público, por meio de liminar, decretou a liberação da internação de Enzo em UTI pediátrica, sob pena multa de R$ 5 mil ao dia. Mesmo com a presença de um oficial de justiça no local, o hospital demorou cerca de 24 horas para internar a criança.
Os problemas continuaram. Diferentemente da ordem emitida em documento judicial, Enzo foi transferido para um quarto e não para a UTI. Após inúmeras reclamações da mãe, médicos do hospital constataram um inchaço no abdômen do menino. Só então — após uma transfusão de sangue —, Enzo foi transferido para a UTI do hospital, às pressas.
— Notei ele cada dia mais fraco e os médicos não me deram atenção.
Aquela foi a última noite de Karla com o filho. Ainda na UTI, ela diz que sentia Enzo perdendo as forças. Na manhã do dia seguinte precisou deixar o menino, a pedido do hospital. A notícia veio logo em seguida.
— Só ouvi: "Seu filho teve uma parada cardíaca e não voltou" — contou a mãe.
Mesmo após a morte de Enzo, Karla reclama do atendimento prestado, quando não teve apoio psicológico.
— Todos os documentos do Enzo constavam "sob liminar judicial". Um absurdo.
Enzo, no colo de Papai Noel Foto: Reprodução
Plano diz que lamenta
Em nota, a Amil informou que "lamenta a morte da criança e que em momento algum houve qualquer tipo de interrupção de cobertura assistencial, que comprometesse o estado de saúde do mesmo".
O Hospital das Clínicas, também por nota, informou que o paciente recebeu toda assistência adequada na emergência da unidade. Sobre a internação da criança na UTI, o hospital explicou que, no momento do pedido, não haviam leitos disponíveis e, em concordância com a família, manteve o menino na emergência. Segundo nota, "o atendimento foi dentro dos protocolos médicos e que, por nenhuma circunstância externa, o tratamento foi comprometido ou interrompido".
Nota da Amil
"Com relação ao ocorrido há mais de dois meses, no dia 28 de março de 2012, que envolve o paciente infantil E.P.A., a Amil Assistência Médica Internacional entende a dor dos familiares pela perda do ente querido, esclarecendo que em momento algum houve qualquer tipo de interrupção de cobertura assistencial, que comprometesse o estado de saúde do mesmo."
Karla Paes mostra a documentação referente à internação de seu filho Foto: Cléber Júnior / Extra
Nota do Hospital de Clínicas de Niterói
"O paciente pediátrico Enzo Paes de Albquerque deu entrada no serviço de emergência do hospital no dia 23/03/2012, às 20h30m, por meios próprios (com seus familiares), com um quadro de pneumonia, já em tratamento ambulatorial há quatro dias. Tratava-se de um paciente com uma doença de base imunodepressiva, em investigação médica, desde os seis meses de vida. Enzo Paes de Albquerque, de abril de 2011 a janeiro de 2012, teve seis atendimentos no serviço de emergência do HCN.
No dia 23 de março, o paciente recebeu toda assistência adequada – terapêutica e suporte diagnóstico na emergência do hospital. Às 00h do dia 24/03/2012, a equipe médica solicitou uma vaga em Unidade Tratamento Intensivo (UTI). Naquele momento, o hospital não tinha disponibilidade de leitos. Dessa forma, em concordância com a família, o paciente ficou sendo assistido integralmente na unidade de repouso da emergência, onde apresentou melhora progressiva. No dia 25/03/2012, pela manhã, ele foi transferido para um quarto particular – com o quadro estabilizado e sem indicação de UIT. Ele permaneceu estável e internado em quarto particular até o 27/03/2012. Às 19h do dia 27/03/2012 o quadro do paciente se agravou e ele foi transferido para um leito de UTI. Porém, apesar dos esforços da equipe de saúde ele apresentou uma evolução aguda e evoluiu ao óbito às 08h10m, do dia 28/03/2012, tendo como causa mortis choque séptico e pneumonia.
O hospital ratifica que o atendimento prestado ao paciente foi integralmente dentro dos protocolos médicos e que por nenhuma circunstância externa o tratamento foi comprometido e ou interrompido.
O HCN se coloca inteiramente à disposição para apresentar aos fóruns técnicos de saúde e familiares do paciente todas as condutas adotadas durante o período de internação do paciente."
Jogador alegou atraso de salários para pedir o desligamento do Flamengo
Foto: AFP
JOÃO HENRIQUE MARQUES
TERRA
O meia-atacante Ronaldinho rescindiu nesta quinta-feira, na Justiça do Trabalho, seu contrato com o Flamengo. A advogada do jogador Gislaine Nunes confirmou em entrevista ao Terra e disse que moveu a ação pelo atraso de salários. A reportagem tentou entrar em contato com o clube, mas até agora não obteve resposta.
"Já resolvemos isso hoje (quinta-feira). Falta de pagamento foi o motivo. O atleta teve o contrato rescindido. Foram quatro meses de salário atrasado, o que por direito já valida a rescisão", explicou Gislaine Nunes.
A ação movida pelo atleta foi conseguida e confirmada na 9ª Vara do Trabalho da Justiça Trabalhista do Rio de Janeiro. No momento, a advogada está na CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para protocolar a rescisão de contrato.
Lateral é obrigado a pagar R$ 360,3 mil a ex-funcionária, mas Justiça não
encontra o valor nas contas bancárias e parte para os bens do atleta
Por GLOBOESPORTE.COM
São Paulo
Roberto Carlos tenta chegar a um acordo
(Foto: Getty Images)
O lateral-esquerdo Roberto Carlos, do Anzhi, teve seis carros bloqueados pela Justiça do Trabalho por causa de um processo movido por uma ex-funcionária da RCS Empreendimentos, empresa que pertence ao jogador e a seu pai, Oscar Pereira Silva. O processo prevê uma execução trabalhista de R$ 360,3 mil.
Como a quantia não foi encontrada em nenhuma das contas bancárias do jogador, a justiça decretou que o valor fosse buscado entre os bens de Roberto e Oscar. Com isso, ohouve autorização nesta quarta-feira para confiscar os automóveis. No entanto, caso o valor dos carros não chegue a R$ 360,3 mil, outros bens poderão entrar na lista.
Advogados das duas partes tentam chegar a um acordo. Na primeira reunião, realizada na última quarta-feira, no entanto, ainda não houve uma conclusão. Roberto Carlos se manifestou sobre o caso através do Twitter, lamentando que a história tenha chegado até a imprensa.
- Vou resolver da melhor maneira possível. É uma pena sair na imprensa sobre dinheiro. Que pena! Vou resolver com calma, tá? Deus vê tudo - declarou.
O caso
A condenação aconteceu em 2007, em uma ação proposta por uma mulher exigindo reconhecimento de vínculo empregatício com a RCS Empreendimentos e Participações, da qual Roberto Carlos é sócio majoritário, e seu pai, Oscar Pereira da Silva, minoritário. Confirmada a razão da requerente, a Justiça determinou o pagamento de verbas trabalhistas devidas e indenização por conta do tempo trabalhado sem pagamento regular.
Contudo, a Justiça não encontrou bens no nome da entidade para penhorar e realizar o pagamento e, assim, partiu para penhora nas contas pessoas dos proprietários. Caso o valor não seja encontrado, a Justiça determinou que o sigilo fiscal de Roberto Carlos seja quebrado pela Receita Federal. Assim, será feita uma busca em cartórios por imóveis do jogador para que eles sejam penhorados para o pagamento das dívidas.
Rio - O procurador-geral do município de Itaboraí, Paulo André de Toledo, foi baleado em frente à casa dos pais, na Rua Sérgio Bittencourt, no bairro Sossego, em Itaboraí, nesta quarta-feira. De acordo com a assessoria da Prefeitura da cidade, na Região Metropolitana, a primeira hipótese é de que o procurador tenha reagido a uma tentativa de assalto. Os assaltantes dispararam e as balas atingiram o braço e a mão direita de Toledo.
Ainda segundo a assessoria, ele foi internado no Hospital Municipal Desembargador Leal Junior, mas já foi liberado e passa bem. A vítima presta depoimento na 71ª DP (Itaboraí), onde o caso está sendo registrado. Os agentes procuram imagens de câmeras de segurança da casa da vítima ou da vizinhança.
Reclamações contra redes pública e privada são recebidas por serviço da Alerj
Gabriela Pacheco, do R7 | 31/05/2012 às 06h00
Ator quer pedir explicações na Justiça ao plano de saúde e à clínica que prestou atendimento ao pai dele
Denúncias como a do ator do filme Tropa de Elite Sandro Rocha de que seu pai não recebeu tratamento médico adequado e morreu em razão de demora de atendimento são recebidas pelo Alô Saúde, serviço da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro). O canal recebe até 200 ligações por dia, segundo o deputado Bruno Correia (PDT), presidente da comissão de Saúde.
— A longa espera para conseguir realizar um exame deixou de afetar apenas quem depende do SUS (Sistema Único de Saúde) e passou a atingir quem confiava na excelência dos planos de saúde. Na Baixada Fluminense, há falta de vagas até nas clínicas particulares.
O pai de Sandro deu entrada na clínica Teresinha de Jesus, em São João de Meriti, na baixada, no dia 16 de maio com um quadro de infarto e o cateterismo – exame que confirma a gravidade da lesão – só foi agendado para o dia 24.
Logo após a chegada à unidade, médicos informaram que, para fazer o procedimento, era necessário passar por um processo burocrático com o plano de saúde e não havia vaga em outro hospital. O funcionário público aposentado Evandro Pereira Rocha, de 71 anos, acabou morrendo na madrugada do dia 26.
Para o ator, se feito rapidamente, o exame poderia ter salvo a vida do pai ao identificar a gravidade do problema. Além disso, Evandro deixou a sala sem ter feito a cirurgia necessária por não haver autorização do plano de saúde. Procurado, o convênio disse que, em 24 horas, liberaria o procedimento.
Empréstimo para cateterismo
As dificuldades enfrentadas por Evandro com plano de saúde, repetem-se na saúde pública. A acompanhante de idosos Sueli de Oliveira Benzaquem, de 66 anos, enfrenta obstáculos para conseguir tratamento de saúde desde agosto passado.
Ela afirma que passou 11 vezes por uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde foi identificada a necessidade de ela se submeter a cateterismo. Cansada de esperar, ela resolveu pegar um empréstimo de R$ 2.000 para pagar pelo exame.
Com duas artérias entupidas, Sueli ainda precisa fazer outros dois exames para, no dia 15 de junho, ser avaliada por uma equipe médica do SUS (Sistema Único de Saúde) no Instituto Nacional de Cardiologia, em Laranjeiras, na zona sul do Rio. Só então, ela saberá que tipo de cirurgia é necessário. Moradora de Queimados, na Baixada Fluminense, ela precisa de ajuda de toda a família para conseguir receber o tratamento no Rio.
— Cheguei a um ponto que penso: 'Se tivesse que morrer, já tinha morrido'. Mas acho que falta pouco [para o começo do tratamento]. Mesmo com toda essa dificuldade, não sei se um plano de saúde resolveria. A melhor opção é o particular, mas não tenho dinheiro para isso.
Climério da Silva Rangel Junior, de 62 anos, funcionário do hospital federal do Andaraí, ficou seis dias à espera do exame de cateterismo após ter sido internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) de uma clínica particular, já com o quadro de infarto confirmado. Quando conseguiu realizar o exame, estava com 50% da capacidade de bombeamento do coração comprometida.
— Acredito que os melhores médicos são do SUS, mas o sistema não comporta toda a população. Então recorremos aos planos de saúde. Demorou o atendimento, mas tenho que admitir que ter a opção do plano foi o que me salvou.
Prazos dos planos e denúncias
De acordo com a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), que regula os planos de saúde, o convênio não pode deixar de oferecer uma solução para o cliente, caso um exame autorizado não seja realizado no prazo previsto.
É importante guardar o número do protocolo do exame, pois servirá para a denúncia à ANS. Os canais de atendimento da agência são o Disque ANS (0800 701 9656), central de relacionamento no site ou diretamente em um dos 12 núcleos da ANS nas principais capitais.
A realização do cateterismo varia caso a caso e, por isso, se enquadra em diferentes faixas de prazo para liberação pelo plano de saúde. Quando for um serviço de diagnóstico, o exame poderá ser feito em dez dias. Se for compreendido como procedimento de alta complexidade, tem prazo de 21 dias. Entretanto, o médico também pode caracterizá-lo como urgência e emergência, em que o exame deve ser realizado de imediato.
Com as denúncias recebidas pelo telefone 0800-0220-008, a comissão de Saúde da Alerj analisa e repassa os problemas para a Secretaria Estadual de Saúde e até para o Ministério Público ou Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro), se necessário. Além de demora do atendimento, o serviço recebe denúncias sobre erro e negligência médica e reclamações de profissionais da área médica sobre a gestão das unidades de saúde.
30.mai.2012- Soninha participa de sabatina do "R7" e da "Record News"
A pré-candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, anunciou o presidente estadual do PMN,o advogado Lucas Albano, como vice em sua chapa no primeiro turno, durante entrevista nesta quarta-feira (30). Albano foi candidato a vice do empresário Renato Reichmann (PMN) na disputa municipal em 2008.
Soninha também afirmou que em um eventual segundo turno sem sua presença, apoiaria o pré-candidato do PSDB, José Serra. As declarações foram feitas durante sabatina promovida pelo "R7" em parceria com a "Record News".
"Por que eu odiava o Serra e hoje passei a gostar? Vi que pensava dele várias coisas que não eram verdade. Depois, ele mexeu em várias questões complicadas quando era prefeito", disse a pré-candidata do PPS. "Por exemplo, o remanejamento de ocupação urbana em área de manancial. Outra coisa, e que foi muito impopular na época, foi a inspeção veicular", afirmou.
Soninha também falou aos entrevistadores o que pensa sobre a questão das drogas, que foge do debate municipal. "A comissão de juristas que está propondo reformas no Código Penal propôs que o porte de drogas, respeitadas algumas condições, não seja mais considerado crime", disse Soninha. "Acho legal no caso da maconha, mas não resolve um problema básico. O monopólio da maconha é do crime, esse é o grande problema", afirmou ela.
"Jás faz anos que eu parei de fumar, mas quem quiser maconha tem que procurar criminosos, que são os traficantes. Legalizar a maconha seria uma forma de tirar essse mercado da mão de bandidos", disse Soninha.
A pré-candidata do PPS também defendeu a ampliação e reforma dos corredores de ônibus da cidade. "Tem que ter mais corredores e o embarque e desembarque nas plataformas tem que ser muito mais rápido", afirmou.
"O problema do ônibus é que ele é imprevisível", disse. Usuária da bicicleta como meio de transporte, a pré-candidata também defendeu a ampliação das ciclovias pela capital paulista como forma de amenizar os problemas no trânsito.
Luiz Flávio D'Urso
O pré-candidato do PTB, Luiz Flávio D'Urso, também participou da sabatina nesta quarta-feira. D'Urso, que é presidente licenciado da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) paulista, minimizou o fato de ser um dos pré-candidatos menos conhecidos dos cidadãos paulistanos.
"Eu aceitei o convite para ser candidato porque me angustia ver o desinteresse dos jovens pela política", disse D'Urso. O pré-candidato também criticou muito o sistema de transporte público, que segundo ele carece de investimentos mais pesados. O pré-candidato descartou a implantação de um pedágio urbano caso seja eleito.
D'Urso disse ainda que se houvesse uma tarifa de táxi mais barata, os cidadãos deixariam mais o carro em casa. Ele também criticou a ação das últimas administrações municipais por terem deixado a cracolândia se instalar em áreas tão amplas do centro e do resto da cidade.
Maurício Rands: deputado abriu mão de sua candidatura a prefeito
O GLOBO / ANDRÉ COELHO
RECIFE - Depois do racha — que incluiu agressões físicas e verbais entre a militância por mais de dois meses e aumentou com uma prévia sob suspeita de fraude —, o PT tenta se recompor para a disputa pela sucessão municipal: o deputado Maurício Rands (PT-PE) renunciou nesta quarta-feira à pré-candidatura para prefeito, e a prévia marcada para o próximo domingo foi suspensa. O nome indicado para a disputa agora é a do senador Humberto Costa (PT-PE), que foi imposto pela Executiva Nacional do PT com o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No último dia 20, Maurício Rands — que está licenciado da Câmara Federal e responde pela Secretaria de Assuntos Institucionais do Palácio do Campo das Princesas — disputou a indicação para a eleição municipal com o prefeito de Recife, João da Costa. Este se considerava candidato natural do partido e acusava os próprios correligionários de traição. As principais lideranças do PT lançaram Rands com o apoio da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), que é majoritária em Pernambuco. O prefeito obteve 51,9 por cento da votação, com uma vantagem de 553 votos, e deu entrevista como vencedor da primária. Mas a Executiva Nacional do partido não proclamou o resultado devido a denúncias de fraudes e de informações não verdadeiras encaminhadas à Justiça, para ampliar o número de votantes na prévia.
Dois emissários do PT nacional vieram a Recife, onde fizeram uma auditoria na prévia e constaram 2,5 mil votos irregulares (militantes em pendência financeira com a sigla ou que não constavam na listagem oficial). A prévia do dia 20 foi anulada, e uma segunda chegou a ser convocada para o próximo domingo. Na última quinta-feira, a Executiva Nacional do PT interviu no processo e aconselhou os dois candidatos a renunciar. O nome de Humberto Costa surgiu, então, como alternativa mais viável, para juntar os cacos do PT recifense.
Nesta quarta-feira Rands anunciou a renúncia e até chorou durante entrevista coletiva, na qual confirmou o apoio ao senador, que, como Rands, pertence à CNB. E mandou um recado para o prefeito, seu desafeto:
— Espero que ele tenha essa compreensão, que possa renunciar, como eu fiz, e possamos apresentar Humberto Costa como candidato —disse.
João da Costa, no entanto, mandou dizer pela sua assessoria que permanece candidato e que aguarda um posicionamento da Executiva Nacional para definir seu caminho. O presidente Nacional do PT, Rui Falcão, no entanto, havia aconselhado Rands e o prefeito a renunciar, já que o resultado da prévia inviabilizou qualquer possibilidade de unidade no PT de Recife. Depois da primária — na qual houve tapas, murros e denúncias de fraudes —, a troca de agressões entre seguidores dos dois se agravou.
A CPI do Cachoeira aprovou nesta quarta-feira a convocação dos governadores dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), para depor. Os parlamentares, por outro lado, rejeitaram requerimento pedindo a ida do governo do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), à comissão
A ida do governador goiano à CPI para prestar esclarecimentos sobre suspeitas de que teria relações com Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais, foi aprovada por unanimidade na comissão.
Perillo já havia se colocado à disposição para depor e chegou a comparecer pessoalmente à CPI na terça-feira, mas não prestou depoimento porque ocorria uma sessão administrativa.
Já a convocação de Agnelo foi decidida por um placar mais apertado, em que 16 parlamentares votaram a favor de chamá-lo para prestar esclarecimentos e 12 contra.
"O PT foi pego de surpresa com a convocação de seu governador", disse o líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE).
Já o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), negou que sua legenda tenha sido surpreendida, afirmando que Queiroz não teria "dificuldades" em depor à CPI.
"A questão do Marconi Perillo, de ele se colocar à disposição, é que ele já foi para a corredeira e caiu na cachoeira", disse a jornalistas. "Ele (Perillo) sabe que a situação dele está complicada."
A convocação Sérgio Cabral (PMDB) foi rejeitada por 17 votos a 11.
Perillo e Queiroz são citados nas investigações das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, que servem de base para os trabalhos da CPI.
Cabral não é citado, mas é amigo pessoal de Fernando Cavendish, ex-presidente da construtora Delta, suspeita de ter Cachoeira como sócio oculto e que teria sido usada por ele para lavar dinheiro obtido com jogos ilícitos.
Antes da rejeição do requerimento, o governador fluminense disse a jornalistas no Rio de Janeiro que não via motivos para sua ida à comissão.
"Essas ilações são de uma irresponsabilidade completa, desrespeito completo com a minha pessoa, com a administração que a gente vem fazendo aqui", disse após inauguração de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Complexo do Alemão.
"Você não pode transformar uma CPI numa CPI de palanque político em ano eleitoral. Você não pode, porque ai você perde completamente... e os parlamentares têm sido muito responsáveis nesse sentido."
Segundo o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), a não convocação de Cabral justifica-se pela falta de indícios que o liguem a Cachoeira ou à rede do suposto contraventor.
"Há indícios mais contundentes no que diz respeito aos dois governadores (Queiroz e Perillo)", reconheceu Cunha. "É claro que há nível de envolvimento diferente com a organização criminosa. O governador Marconi Perillo, é muito mais evidente o seu envolvimento."
Alguns integrantes da CPI, no entanto, creditam a não convocação de Cabral a um acordo entre parte do PSDB e o PMDB. Além de poupar o governador fluminense, os termos do trato incluem uma postura menos agressiva do PMDB em relação a Perillo.
"Houve um acordo tácito entre uma parte do PSDB com o PMDB... é o típico comportamento daqueles que não querem apurar", disse o líder petista na Câmara.
"Ficou muito clara a digital de um acordo entre o PMDB e o PSDB", afirmou o deputado Sílvio Costa (PTB-PE).
O líder tucano na Câmara negou que tenha havido acordo.
"O acordo nosso era de convocar o governador Marconi Perillo", disse Araújo, reafirmando que o governador se colocou à disposição para explicar as denúncias.
A convocação ou não dos governadores vinha gerando polêmica entre os membros da CPI. Cunha, inclusive, chegou a defender que não seria o momento mais oportuno para que os governadores comparecessem à comissão, pois poderiam fazer um discurso de defesa que dificilmente poderia ser contestado.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello; Reportagem adicional de Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
A blindagem do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), na CPI do Cachoeira enfrenta resistências internas de deputados que não querem arcar com o desgaste político da operação. O deputado Artur Maia (PMDB-BA) enviou ofício ao líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), cobrando explicações e a confirmação da existência da operação que já produziu os primeiros resultados, evitando a convocação de Cabral.
Maia foi o único que se manifestou, lembrando ao líder ter tomado conhecimento da blindagem pela imprensa e concluindo que, "como o partido não se reúne, fica difícil entender como as coisas funcionam". Ele disse que precisa saber o que de fato o partido pretende porque tem sido cobrado por eleitores seus, na Bahia, a dar explicações sobre o episódio. Para o peemedebista, a obrigação do líder é chamar a bancada e tomar uma posição clara.
A cúpula do PMDB não se preocupou em colocar uma tropa de choque em defesa de Cabral na CPI, mas foi uma questão estratégica e não de abandono do governador fluminense. Um dirigente do partido explica que a intenção foi jogar sobre o PT a responsabilidade de não complicar a vida de Cabral, uma vez que a CPI tinha sido uma "invenção" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é amigo pessoal do governador peemedebista.
Henrique Eduardo não polemizou com Maia. Disse apenas que não tinha como convocar a bancada para discutir polêmicas lançadas a toda hora pela imprensa, a menos que mantivesse uma convocação permanente, 24 horas no ar. Maia respondeu com ironia. "Manter uma bancada convocada 24 horas não é preciso. A mim bastaria que ele reunisse os liderados por uma hora a cada 24 dias", disse o parlamentar, destacando que a última reunião da qual se recorda deve ter ocorrido há cerca de cinco meses.
Secretário José Mariano Beltrame reclama que recursos federais não chegaram para compra de equipamentos
FABIANO ROCHA (ARQUIVO) / EXTRA
RIO - A Rio+20 registrou na quarta-feira o primeiro ruído: o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, reclamou que o estado não recebeu repasse em tempo hábil de recursos do governo federal para compra de equipamentos para o evento e, por isso, terá que usar dinheiro próprio. Segundo explicou Beltrame, que participou do encerramento de uma operação simulada da Polícia Federal, no quartel do Batalhão de Choque, no Centro, somente há 20 dias foi disponibilizado pelo governo federal cerca de R$ 7 milhões para o Rio. O Ministério da Defesa negou que tenha deixado de repassar recursos.
— Toda a nossa participação na segurança da Rio+20, será com recursos próprios, do governo do estado — disse Beltrame demonstrando aborrecimento, na sede do Batalhão de Choque.
Estado gastou até agora R$ 12 milhões
Beltrame chegou ao Choque por volta das 15h, mas saiu rapidamente, 15 minutos depois, sem participar de uma coletiva prevista. A Secretaria de Segurança informou que foram aplicados até agora cerca de R$ 12 milhões em recursos próprios na compra de equipamentos para a Polícia Militar, que já serão utilizados agora na Rio +20. Foram adquiridos 62 cavalos e equipamentos de proteção individual para os policiais do Choque e para os soldados e animais do Regimento de Polícia Montada (RpMont), além de munição e armas não letais, tais como balas de borracha e gás lacrimogêneo, para os dois batalhões.
Os equipamentos de proteção individual ao qual a secretaria de Segurança se refere na nota são coletes, capacetes e armaduras para os policiais do Choque (e também para os cavalos do RpMont). A Secretaria de Segurança tem planos ainda de adquirir material especializado para o Esquadrão Antibomba da Polícia Civil, além de tecnologia e equipamentos para o uso de atiradores de elite (snipers).
Ainda segundo nota enviada ao GLOBO pela Secretaria de Segurança, o Ministério da Defesa liberou, para uso exclusivo na Rio+20, R$ 3 milhões para a Secretaria de Segurança e R$ 4 milhões para o Corpo de Bombeiros. No entanto, explica a nota, “a liberação do recurso não aconteceu em tempo hábil para realizar as licitações de compras, de modo que os equipamentos e animais fossem entregues antes do evento”. Desta forma, “a Secretaria de Segurança decidiu utilizar recursos próprios”.
Em Brasília, a assessoria de Comunicação Social do Ministério da Defesa informou que a reclamação do secretário de Segurança do Rio não procede. Segundo o Ministério da Defesa, no ofício número 67/12, de 10 de abril de 2012, endereçado ao Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), a Casa Civil do governo fluminense abre mão de R$ 4,4 milhões que seriam destinados para a segurança pública.
Ainda de acordo com a Defesa, os recursos devolvidos foram repassados à Marinha (R$ 1 milhão), ao Exército (R$ 1 milhão) e à Força Aérea Brasileira (R$ 2,4 milhões). “A FAB recebeu uma fatia maior para equipar a Base Aérea de Santa Cruz, um dos principais pontos de operação aérea da Rio+20”. O dinheiro, informou a Defesa, já foi entregue às Forças Armadas para serem empregados na segurança da Rio+20.
Para tratar exclusivamente da Rio+20 e de todos os outros eventos que o Rio sediará, foi criada a Subsecretaria de Segurança para Grandes Eventos, que terá caráter temporário e deverá ser mantida até a realização dos Jogos Olímpicos de 2016. Um dos principais objetivos é apresentar, até a Copa de 2014, índices de criminalidade considerados adequados, segundo parâmetros internacionais. Por isso, as polícias já trabalham com metas a serem cumpridas, a fim de garantir melhoria na qualidade do serviço prestado, deixando um legado social.
Para a Secretaria de Segurança, os números comprovam a mudança expressiva na área de criminalidade. Segundo dados do Mapa da Violência no Brasil, a cidade do Rio caiu no ranking nacional das capitais violentas, do 6º lugar em 2000, para o 23º em 2011. “O Rio deixou de ser referência de violência no País há muito tempo” diz o superintendente de Planejamento Operacional da Segurança, Roberto Alzir.
Valcke diz que Copa depende apenas de estádios e aeroportos prontos. Aldo adota discurso parecido: 'Não são obras para Copa, são para o Brasil'
Por Fabrício Marques, Felippe Costa e Marcelo Baltar
G1Rio
O terceiro balanço da preparação da Copa do Mundo, apresentado pelo Governo Federal na semana passada, foi assunto no evento em que a Fifa anunciou a tabela da Copa das Confederações, no Rio de Janeiro. O relatório apontou que apenas 5% das obras para 2014 estão concluídas, enquanto 40% ainda não saíram do papel. Nesta quarta-feira, pela primeira vez Fifa e governo admitiram a possibilidade de algumas obras não ficarem prontas a tempo para o Mundial.
Tanto o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, quanto o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, adotaram um discurso semelhante e inédito quando questionados sobre o balanço apresentado na última semana.
Aldo Rebelo e Valcke, em evento da Fifa, nesta quarta, no Rio (Foto: Fabrício Marques / Globoesporte.com)
- Talvez alguns projetos não sejam tão importantes para a Copa do Mundo. Alguns podem ser entregues após a Copa. Na África do Sul foi assim. Alguns projetos podem esperar. Essa não é a preocupação da Fifa. O que precisamos, com certeza, são dos estádios. Precisamos também que os aeroportos funcionem, que as pessoas possam se locomover de uma cidade para outra. Mas não podemos pensar que um país mudará completamente em cinco, seis anos – disse Jérôme Valcke.
Talvez esses projetos não sejam tão importantes para a Copa do Mundo. Alguns podem ser entregues após a Copa. Na África do Sul foi assim."
Jérome Valcke
Apesar de demonstrar mais confiança na conclusão das obras, Aldo Rebelo também falou que algumas obras do pacote não são determinantes para 2014. O ministro também disse que governo e Fifa devem dividir responsabilidades.
- Não são apenas obras para a Copa, são para o Brasil. Muitas delas já estavam planejadas muito antes de sabermos que o Brasil iria receber a Copa. Elas foram incluídas no pacote da Copa pelo fato de facilitarem para população local e para os turistas durante a competição. Nós já estamos trabalhando juntos com a presença de Luis Fernandes no COL. Temos absoluta confiança. Os propósitos são os mesmo. Temos de partilhar responsabilidades e desafios. Reunidos anteciparemos problemas, mas também anteciparemos soluções - disse o ministro.
Político teria usado dinheiro para pagar dívidas de campanha.
Troca de comando da Comissão de Ética da Câmara atrasou investigações.
Do G1 RJ
Há mais de um mês um vereador de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, é investigado por fazer empréstimos em nome de funcionários da Câmara para pagar dívidas de campanha eleitoral. Apesar disso, até hoje a Comissão de Ética não começou a trabalhar no caso. O motivo seria a troca do comando da comissão. A OAB e ONGs que defendem a ética na política reclamam da demora, conforme mostrou o Bom Dia Rio.
O último vereador da Comissão de Ética, Márcio Muniz (PSC), disse que renunciou à presidência por motivos de saúde, e o vereador Wagner Silva (PPS) foi anunciado como novo líder da comissão.
“A mesa vai enviar novamente o que chegou até a casa, um pedido da OAB. Também existe um pedido do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, ambos serão encaminhados à Comissão de Ética para que se avalie e se faça o trabalho que deve ser feito”, afirmou Paulo Igor Carelli, presidente da Câmara de Petrópolis.
A Comissão de Ética daria início ao trabalho de apuração de denúncias contra o vereador Dudu (PSDC). O inquérito policial foi confirmado há um mês, mas até hoje o legislativo municipal não começou a investigação paralela. O vereador nega as acusações.
Para a OAB de Petrópolis, a falta de apurações na Câmara da cidade é antidemocrática e o presidente do órgão pede mais agilidade nas investigações. “Ninguém está imune a uma apuração, então, se a Câmara não faz isso, ela fica numa posição delicada perante o sistema jurídico, político e perante a opinião pública”, afirma Hebert Cohn, presidente da OAB de Petrópolis.
O movimento Ética na Política, formado por vários órgãos da sociedade petropolitana, recolheu 2 mil assinaturas pedindo mais rapidez e transparência no processo. A investigação da Delegacia Fazendária no Rio corre sob sigilo. Já na Câmara, a Comissão de Ética aguarda a convocação da Corregedoria para iniciar os trabalhos.
BRASÍLIA - Deputados de oposição querem que o ex-presidente Lula explique à CPI mista do caso Cachoeira se pressionou ou não ministros do Supremo Tribunal Federal a mudarem a data de julgamento do caso do mensalão. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) apresentou nesta terça-feira um requerimento da CPI do Cachoeira pedindo que o ex-presidente explique como obteve informações da viagem do ministro Gilmar Mendes a Berlim, onde ele se encontrou com o senador Demóstenes Torres e sobre a qual se levantou suspeitas, como a de que teria sido paga pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira — fato já negado pelo magistrado. A oposição reforça o discurso de que Lula e o PT queriam a CPI para atrapalhar o julgamento do mensalão.
O deputado vai tentar colocar o pedido em votação na sessão desta quarta-feira da CPI.
— Vamos dar a oportunidade que a CPI questione o presidente Lula da mesma maneira como questionou o procurador-geral da República. Vasculhando todas as operações Monte Carlo e Delta não tinha nenhuma informação de que o ministro viajou para Berlim. Quem são essas fontes que informaram ao presidente e não informaram à CPI? Daremos à esta CPMI a possibilidade de indagar por escrito por que o ex-presidente detinha informações que ninguém da CPMI tinha e que nem a Polícia Federal ainda nos havia informado — explicou Onyx.
Tucanos criticam Lula e dizem que PT controla CPI
O líder do PSDB, Bruno Araújo, também subiu à tribuna da Câmara para criticar a atuação do ex-presidente Lula. Segundo o tucano, desde o início da CPI o PT deixou claro que era seria usada politicamente:
— Fica claro quando se diz que havia o controle da CPI, que esse controle é o mesmo para o qual alertávamos desde o primeiro momento da construção dessa CPI. O verdadeiro propósito talvez fosse muito menos desarticular o crime organizado, mas de assustar o Supremo Tribunal Federal, de achincalhar o procurador-geral da República, de trazer os meios de comunicação do país para o debate da comissão. Porém essa parte do PT não teve o devido apoio na comissão.
O deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) também criticou duramente o ex-presidente.
— O impeachment de um presidente passa basicamente por duas agressões à Constituição: a primeira é o perjuro, que é mentir depois do juramento; a segunda, tão grave quanto a primeira, é obstruir a Justiça — defendeu.
O senador Mário Couto (PSDB-PA), um dos mais agressivos críticos do governo, discursou no Senado:
— Estamos caminhando para uma ditadura ou estamos dentro de uma ditadura. Como é que um ex-presidente, considerado um homem popular, pressiona o STF para absolver aqueles que estão envolvidos no mensalão?
O iG teve acesso ao inquérito da Operação Herdeiros que prendeu 11 PMs e conta detalhes. Fuzil foi vendido por R$ 45 mil
Mario Hugo Monken, iG Rio de Janeiro|
Texto:
O iG teve acesso com exclusividade ao relatório da investigação que resultou na Operação Herdeiros, que foi deflagrada pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro em dezembro do ano passado.
A ação culminou nas prisões de 11 PMs de oito batalhões e dois policiais civis suspeitos de vender armas e drogas para traficantes da favela do Jacarezinho, na zona norte da captal.
O relatório traz detalhes de como ocorriam as negociações entre os policiais suspeitos e os criminosos. Os PMs e os agentes acusados estão respondendo a um processo que corre na 35ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça.
Segundo as investtigações, grande parte do material vendido pelos policiais era apreendido em outras comunidades, o chamado 'espólio de guerra'. Houve casos também onde PMs envolvidos no esquema realizavam operações clandestinas em favelas e recolhiam armas e drogas para serem repassadas a outros traficantes.
O traficante supostamente responsável por todas as negociações com os PMs, Jorge Luís Bernardes Fraga, o Neném, foi preso na semana passada quando era atendido em uma clínica particular no bairro das Laranjeiras, na zona sul carioca. Um ex-militar do Exército, já preso, auxiliava Neném nos contatos com os policiais suspeitos, de acordo com as investigações
De acordo com o relatório, uma das supostas negociações teria ocorrido no dia 7 de junho do ano passado. Na ocasião, um policial militar que à época era lotado no 40º Batalhão, no Irajá, na zona norte da capital, foi até a favela do Jacarezinho e teria oferecido aos traficantes um fuzil ao preço de R$ 35 mil. Os criminosos não aceitaram e disseram que poderiam pagar somente R$ 27 mil. O PM, de início, não aceitou a contraproposta, já que teria que dividir o lucro com colegas de farda.
O fuzil teria sido fornecido por dois PMs irmãos e que eram suspeitos de chefiarem uma milícia que atua nos bairros de Brás de Pina e Cordovil, na zona norte. A arma foi entregue primeiramente a um outro policial militar, que pertencia ao 18º Batalhão (Jacarepaguá, na zona oeste), que a repassou para o colega do 40º BPM vendê-la no Jacarezinho.
Três dias mais tarde, ficou acertado que o fuzil seria vendido por R$ 26 mil. Um traficante da favela ainda pediu ao PM que comercializou a arma que levasse munições para testá-la.
Fuzil do São Carlos
Um dia depois, o mesmo PM do 40º iniciou negociações para vender outro fuzil no Jacarezinho. A arma foi oferecida por R$ 40 mil. Os criminosos cobraram do PM a procedência da mesma já que um dos bandidos da favela disse que teria visto o fuzil em outra comunidade dominada pela facção criminosa Comando Vermelho (CV), que também controla o Jacarezinho.
O PM do 40º Batalhão consultou o mesmo colega do 18º BPM que também lhe encaminhara a arma. Ele disse que o fuzil fora apreendido em uma comunidade que fica próximoa ao Hospital Central da corporação (HCPM), no Estácio, na região central da capital, provavelmente no morro de São Carlos, ocupado por uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) desde fevereiro de 2011.
No dia 12 de junho, o PM do 40º voltou a negociar com o os bandidos e o fuzil acabou vendido ao preço de R$ 45 mil, sendo que o policial receberia na hora R$ 27 mil e R$ 18 mil mais tarde.
Seis dias depois, os traficantes voltaram a falar com o PM e pediram para ele levar 20 munições à favela a fim de que a arma fosse testada. Na conversa, um dos bandidos disse ao policial que um dos chefes do tráfico na comunidade teria feito um primeiro teste com seis munições mas houve falhas.
Comissão de R$ 500
No dia 14 de janeiro do ano passado. os mesmos PMs do 18º e do 40º, que negociariam futuramente os fuzis com os traficantes do Jacarezinho, já tinham supostamente vendido cerca de 10 kg de cocaína para os bandidos ao preço de R$ 12,5 mil o quilo. Ficou acertado que cada PM receberia R$ 500 por cada quilo comercializado.
Em junho de 2011, os mesmos PMs teriam supostamente negociado venda de maconha para os traficantes do Jacarezinho. No dia 19 daquele mês, um deles foi até a favela para levar parte do entorpecente. Na ocasião, ficou acertado que os criminosos pagariam R$ 850 por três quilos e R$ 1.000 por dois quilos. Os traficantes teriam pedido ao policial mais drogas.
O restante da maconha solicitado foi entregue por um dos PMs mas os traficantes não teriam gostado da qualidade e mandaram devolver. Entretanto, na época, houve uma apreensão de 90 kg da droga no Jacarezinho e os criminosos voltaram atrás e pediram a maconha de volta.
Os mesmos PMs do 18º e do 40º batalhões teriam ainda supostamente vendido 100 kg de maconha aos traficantes do Jacarezinho em fevereiro do ano passado. A droga teria sido entregue aos bandidos entre os dias 15 e 16 daquele mês.
O PM do 18º Batalhão suspeito de fornecer armas e drogas fora preso em flagrante no dia 21 de junho de 2011. Na ocasião, ele estava na companhia de um outro PM, do batalhão do Méier (3º BPM) de quem compraria uma pistola HK, de calibre nove milímetros com três carregadores e um coldre. A arma, segundo as investigações, seria vendida aos bandidos do Jacarezinho possivelmente por R$ 2.625, quantia que foi apreendida na época.
Já o PM do 40º foi preso no dia 3 de agosto de 2011. Na ocasião, ele estava na companhia do ex-militar do Exército quando iria negociar uma arma (não especificada) com o traficante Neném do Jacarezinho. Com os dois, foram achadas munições de calibre 762 (fuzil).
PM do Alemão
As investigações revelaram que um PM do batalhão de Campanha que atua no Complexo do Alemão, na zona norte, após a ocupação, supostamente também intermediava a venda de drogas com os traficantes do Jacarezinho.
De acordo com as interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça, o PM tentou vender 8 kg de cocaína em junho do ano passado. A droga foi conseguida junto a PMs de Niterói. Os traficantes, de acordo com as conversas gravadas, tentaram levantar R$ 80 mil para adquirir o entorpecente.
No entanto, segundo o relatório da investigação, não houve acordo. Isto porque a quadrilha do Jacarezinho queria pagar somente em um sábado porque era "dia do fechamento das contas do tráfico", o que não foi aceito por um dos PMs, que queria que ao menos quatro quilos fossem quitados na hora.
Além de drogas e armas, os PMs também forneciam carros para que os traficantes fossem buscar drogas no Paraguai. Um dos veículos, um Gol branco, foi vendido pelos policiais ao bando do Jacarezinho por R$ 7.500 em janeiro de 2011.
Esse veículo foi apreendido pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) no dia 24 daquele mês na cidade de Nova Esperança, no Paraná. No carro, foram encontrados 12 kg de maconha, 1 kg de haxixe e 3 kg de pasta de cocaína, drogas que pertenceriam ao traficante Neném, do Jacarezinho, que negociava com os PMs.
Operações ilegais
As investigações feitas pela Draco obtiveram informações sobre supostas operações clandestinas que seriam montadas por PMs para adquirir drogas e armas que seriam futuramente vendidas. Uma delas, consta no inquérito, teria ocorrido no dia 8 de dezembro do ano passado, na comunidade Nova Brasília, na Engenhoca, em Niterói.
Na ocasião, dois PMs teriam saído do local com duas malas cheias de drogas e ainda teriam supostamente recebido uma propina para liberar um traficante que fora preso. O material apreendido não foi apresentado na delegacia na época e um dos PMs ainda foi flagrado conversando com um comparsa e fazendo deboche: "Fizemos um trabalhinho bonito hoje".
Há outras gravações, feitas em julho de 2011, em que um suspeito liga para um PM do batalhão de Niterói e policiais civis de delegacias do município convocando os mesmos para realizar uma operação ilegal na favela da Galinha, na mesma cidade. Segundo o inquérito, o comparsa dos policiais já havia levantado com um informante que o melhor dia para o trabalho seria um sábado e possíveis locais para apreensões.
Propinas internas
Consta ainda na investigação que os PMs que participavam de negócios ilegais pagariam supostas propinas a oficiais de dia (de R$ 50 por exemplo) e os responsáveis pela reserva de armamento dos batalhões. O dinheiro serviria para que eles inserissem informações falsas no livro de registro e, consequentemente, viabilizassem a saída irregular de policiais dos quartéis para a prática de supostos crimes.
Os PMs suspeitos de serem fornecedores do tráfico possuíam um armeiro que realizava a manutenção das armas antes que elas fossem apresentadas aos criminosos. O suposto armeiro fora preso no dia 26 de outubro do ano passado, em Bangu, na zona oeste da capital.
Com ele, foi preso também um homem suspeito de fornecer armas e drogas para serem vendidas pelos PMs e de levantar para os policiais informações sobre o tráfico de drogas em delegacias.